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Seleção Sub-23 é cartão de visitas para jovens que sequer jogaram no Brasil

Itawi Albuquerque/CBF
Andreas Pereira, autor de gol no domingo, estreou em território nacional imagem: Itawi Albuquerque/CBF

Dassler Marques

Do UOL, em Maceió

Eles vestem algumas das camisas mais pesadas do futebol europeu, mas são pouco conhecidos de uma parcela do público brasileiro. Para Rafinha (Barcelona), Andreas Pereira (Manchester), Ederson (Benfica), Rodrigo Ely (Milan) e Wallace e Fabinho (ambos do Monaco), o período de preparação encerrado com vitória por 3 a 1 sobre a África do Sul teve satisfação em dobro.

Em Maceió, palco da partida do último domingo, alguns desses jogadores tiveram protagonismo. Fabinho fez o segundo gol, Andreas Pereira marcou o terceiro, Rafinha voltou aos gramados após seis meses de inatividade e contribuiu com assistência e o goleiro Ederson, novamente com defesas seguras, carimbou o passaporte para a Olimpíada. 

"É muito bom chegar na minha terra natal e poder jogar. Saí muito cedo do Brasil (aos 15 anos, defendia o São Paulo). Sou pouco conhecido aqui, apesar de ir cedo pra lá (Europa), hoje tenho uma boa visibilidade por campeonatos que estou disputando no Benfica. Acaba que tem muitas pessoas que estão me acompanhando", disse Ederson, 22 anos, titular da equipe líder da liga portuguesa atualmente. "Me sinto pronto para ser titular aqui, estou com confiança", completou. 

Especial também foi para Rafinha, que teve no domingo a chance de voltar a atuar. Depois de passar por seleções de base da Espanha, ele optou pelo Brasil aos 19 anos. "É uma felicidade enorme poder formar parte dessa seleção olímpica e fico muito feliz de representar meu país. Não tem grande diferença quanto a Europa, tudo é futebol, mas jogar no Brasil é uma felicidade imensa. Temos que encarar como um orgulho, algo que poucos têm, a oportunidade de jogar uma Olimpíada no Brasil", analisou. 

Ainda mais singular é o caso de Andreas Pereira, um dos mais jovens do grupo com 20 anos e que nasceu na Bélgica, passou pelas divisões de base do PSV Eindhoven e hoje defende o Manchester United. As partidas dos últimos dias com o Brasil sub-23 foram as primeiras de sua vida em território nacional. Assim como Rafinha, ele defendeu outra seleção na base, no caso a belga. 

"Fico muito feliz por ter jogado aqui as duas partidas, por ter marcado o meu primeiro gol também. Foi muito especial marcar o primeiro gol no Brasil, se Deus quiser o primeiro de muitos", disse. "A escolha pelo Brasil foi uma escolha fácil, porque sempre sonhei jogar pela seleção brasileira. Meus pais são brasileiros, então foi muito fácil escolher", comentou.  

CBF reagiu após perder Diego Costa

A iniciativa de ir atrás de jogadores cobiçados por seleções europeias surgiu depois que Thiago Alcântara e principalmente Diego Costa optaram pela Espanha. Liderado pelo então coordenador Alexandre Gallo, um trabalho de buscar promessas foi feito e surtiu efeito com Andreas Pereira, Rodrigo Ely e Ederson, entre outros, em 2014. 

Qual a trajetória dos brasileiros que não jogaram aqui?

Ederson (Benfica) - Jogou no São Paulo até os 16 anos, quando foi levado a Portugal. Defendeu Benfica, Rio Ave e voltou ao mesmo Benfica. 

Itawi Albuquerque/CBF
Fabinho deixou Fluminense sem estrear nos profissionais imagem: Itawi Albuquerque/CBF

Fabinho (Monaco) - Foi formado pelo Paulínia e teve dois anos nos juniores do Fluminense. Na Europa, defendeu o Real Madrid B, o Rio Ave e atua pelo Monaco desde 2013. 

Wallace (Monaco) - Jogou na base do Tigres-RJ e no Cruzeiro, em que pouco após se profissionalizar foi vendido ao Braga e repassado ao Monaco em 2014.

Rodrigo Ely (Milan) - Aos 15 anos, o garoto nascido em Lajeado trocou o time infantil do Grêmio pelo Milan. Depois de três empréstimos e de participações por seleções de base da Itália, foi incorporado ao grupo profissional do Milan. 

Andreas (Manchester) - Jogou dos 9 aos 16 anos pelo PSV e desde então atua na Inglaterra com o United. 

Rafinha (Barcelona) - Desde os 13 anos, o filho de Mazinho atua na base do clube catalão. Foi emprestado ao Celta e regressou ao Barça na última temporada.

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