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Problemas com construtoras atrasam seis obras para Olimpíada

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

O ano olímpico começou com problemas em obras essenciais para o megaevento esportivo. Nos dois primeiros meses de 2016, governos foram obrigados a intervir em seis projetos para a Olimpíada por conta de atrasos e dificuldades financeiras de companhias contratadas para as obras. 

Só a prefeitura do Rio de Janeiro rescindiu dois contratos: o da construção do Centro Olímpico de Tênis e o da reforma do Centro Olímpico de Hipismo. Também afastou uma companhia do projeto de construção de uma linha expressa de ônibus prometida para a Rio-2016 e determinou que uma empresa auxilie a conclusão do velódromo.

Em todos esses projetos, o ritmo insuficiente na execução das obras foi fundamental para a intervenção do município. O prefeito Eduardo Paes disse nesta quarta-feira (2) que as medidas já implementadas vão garantir que tudo esteja pronto para os Jogos. Fato é que alguns prazos de entrega já foram perdidos e as construções seguem em andamento.

Veja abaixo quais obras que tiveram problemas com construtoras só em 2016:

Contrato rescindido no Centro Olímpico de Tênis

O maior problema do ano foi registrado em obras no Centro de Tênis da Rio-2016, no Parque Olímpico. O grupo de empresas responsável pelo projeto, liderado pela construtora Ibeg, demitiu parte de seus funcionários e não pagou o que os trabalhadores tinham direito de receber. Os demitidos fizeram protestos na frente da arena e a Prefeitura do Rio de Janeiro resolveu agir.

O município rescindiu em janeiro o contrato firmado para a construção do Centro Olímpico de Tênis. A obra, que já estava três meses atrasada, parou e ainda não tem data para ser concluída. Segundo a prefeitura, uma outra construtora já foi convocada para finalizar a arena a tempo para a Rio-2016. Ela está 90% pronta.

Obra no Centro Olímpico de Hipismo para após 2ª rescisão

Uma semana depois de rescindir o contrato para a obra do Centro Olímpico de Tênis, a prefeitura do Rio de Janeiro rompeu um outro contrato com a Ibeg, desta vez para a reforma do Centro de Hipismo da Olimpíada, em Deodoro. O projeto vinha acumulando atrasos há meses. Segundo a prefeitura, depois de vencer a licitação para a obra, a Ibeg havia demitido funcionários e demonstrava não ter condições de tocar o projeto. Foi afastada.

A administração municipal contratou, em regime de emergência, a construtora Zadar para que ela conclua a reforma do Centro de Hipismo. De acordo com a prefeitura, há tempo para que a obra seja entregue dentro do prazo combinado com organizadores da Rio-2016 --até junho.

Construtora em crise não dá conta de obra do Velódromo
André Motta/Heusi Action/Brasil2016.gov.br
imagem: André Motta/Heusi Action/Brasil2016.gov.br

O Velódromo também já teve sua entrega adiada em pelo menos três meses devido a problemas com sua construtora. A Tecnosolo, que venceu a licitação para executar o projeto, está em crise desde 2012. Por causa disso, nunca conseguiu tocar a construção da arena de ciclismo no ritmo esperado pela prefeitura.

Nesta terça-feira (1), a administração municipal chegou à conclusão de que a Tecnosolo não terá condições de concluir sozinha o Velódromo. Por isso, determinou que uma nova construtora, a Engetécnica, entre no canteiro de obras para reforçar o trabalho de acabamento da arena.

Atraso em reforma tira empresa de Estádio de Remo

Não são só em obras tocadas pela prefeitura que construtoras têm causado problemas para a Olimpíada. Na semana passada, o governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou a substituição da empresa responsável pela reforma do Estádio de Remo da Lagoa Rodrigo de Freitas depois de atrasos na execução do projeto.

A Giver Engenharia venceu a licitação para reformar a arena no final de 2014. Deveria ter concluído a obra ainda em 2015. Acontece que a empresa deixou de receber do governo do Estado e paralisou o projeto. Quando os pagamentos foram regularizados, o trabalho foi retomado, mas não no ritmo que o governo esperava.

O Estado, então, afastou a Giver da obra e passou o contrato da reforma para a Dimensional. A empresa deve concluir o projeto até maio.

Paralisação em obra do BRT afasta empresa de projeto

A paralisação da obra do BRT (Bus Rápido Transit) TransOeste) foi mais um problema com obras olímpicas registrado só neste ano. A construção do corredor de ônibus expressos é fundamental para o esquema de transporte da Olimpíada. A obra, entretanto, vinha apresentando atrasos. Parou porque EIT Engenharia entrou em crise financeira.

A prefeitura, então, afastou a EIT do projeto. Determinou que o contrato para a obra fosse repassado a outra empresa, a Globo Engenharia. Apesar dos atrasos, o município informa que o corredor de ônibus estará pronto para a Olimpíada.

Governo paga Maracanãzinho após indefinição de Odebrecht

Ainda neste ano, o governo do Estado do Rio de Janeiro foi obrigado a assumir os custos da reforma do Maracanãzinho para a Olimpíada de 2016 já que não chegou a um acordo com a Odebrecht sobre o assunto. A construtora é a atual concessionária do Maracanã. Quando assinou o contrato para assumir o controle do estádio, em 2013, comprometeu-se também a melhorar acessos, acústica e fazer outras adaptações no Maracanãzinho para a Rio-2016.

Acontece que, de 2013 para cá, o contrato de concessão do Maracanã mudou muito. Envolvida em uma série de suspeitas de corrupção, a Odebrecht estuda até abandonar a administração do estádio. As indefinições sobre o futuro do Maracanã afetaram o Maracanãzinho. Como a Odebrecht não se mobilizou para as obras no ginásio, o governo do Estado foi obrigado a empregar incentivos fiscais para o custeio da reforma. Vale lembrar que as obras já deveriam estar concluídas. Começaram na terça (1).

 

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