Vídeos

Jornal: França investiga compra de votos em eleição para Jogos-2016 e 20

Jonathan Ferrey/Getty Images
Federação Internacional de Atletismo está no centro de investigação sobre subornos imagem: Jonathan Ferrey/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

A Justiça francesa abrirá investigação para avaliar a possível compra de votos no processo de escolha das sedes das Olimpíadas de 2016 e 2020. A informação é do jornal The Guardian. De acordo com a publicação, as autoridades querem descobrir se alguma das candidaturas aos Jogos pagou propinas a membros do Comitê Olímpico Internacional (COI), após encontrar indícios de suborno envolvendo o ex-presidente da Iaaf Lamine Diack. O periódico inglês, porém, não cita qualquer irregularidade na vitória do Rio de Janeiro.

A reportagem aponta indícios que Diack providenciou “seis parcelas” a serem entregues a membros do COI em 2008 em prol de votos à candidatura do Qatar para os Jogos de 2016. O dirigente seria o responsável por receber o pagamento e repassar aos outros dirigentes antes das eleições, que ocorreram em 2009 e terminaram com a vitória brasileira sobre Tóquio, Chicago e Madri na rodada final.

A candidatura do Qatar para 2016, porém, não passou da fase de pré-seleção, o que motivou as autoridades francesas a investigar se Diack e pessoas próximas ao dirigente negociaram propinas com outras candidaturas no decorrer deste e de outros processos de seleção. Eles pretendem apurar se Diack e seu filho agiram como intermediários entre as cidades interessadas e membros do COI.

Em relação aos Jogos de 2020, em Tóquio, eles analisam a mudança de postura de Diack em apoiar os japoneses e não mais Istambul depois que um patrocinador asiático fechou acordo com a Iaaf. Na ocasião, a candidatura turca disse não acreditar que isso tenha sido fator decisivo na escolha de Tóquio.

A investigação faz parte do processo que apura escândalo de corrupção no atletismo mundial e que já levou à prisão de alguns dirigentes. O objetivo das autoridades é descobrir se os casos de propina vão além da Iaaf, atingindo o Comitê Olímpico Internacional (COI) - que tem afirmado regularmente viver uma nova fase após sofrer com casos de suborno na escolha de Salt Lake City para os Jogos de Inverno de 2002.

Preso desde dezembro, Diack é acusado de receber mais de 1 milhão de libras (cerca de R$ 5,6 milhões) em propinas para fazer 'vista grossa' em casos de doping de atletas russos. Seu filho, Papa Massata Diack, e o ex-chefe do controle antidoping da Iaaf, Gabriel Dollé, também estão detidos por integrarem o esquema de corrupção.

Procurado pelo jornal inglês, o COI afirmou que "está em contato próximo com as autoridades francesas desde o início das investigações, no fim do ano passado". Também disse que pretende colaborar com as possíveis apurações.

Já o diretor de comunicação do Comitê Rio-2016, Mário Andrada, defendeu à Reuters que "o Rio de Janeiro ganhou o direito de sediar os Jogos porque tinha o melhor projeto. A diferença de votos no final, 66 a 32 (contra Madri), exclui qualquer possibilidade de uma eleição que pudesse estar viciada".

Topo