O brasiliense César Castro, 33, tornou-se neste domingo o primeiro atleta brasileiro classificado para uma disputa individual de saltos ornamentais da Olimpíada de 2016, que serão realizadas no Rio de Janeiro. Ele ficou com a 16ª posição na fase preliminar do trampolim de três metros na Copa do Mundo da modalidade, disputada no Parque Aquático Maria Lenk – os 18 primeiros garantiam vaga nos Jogos.

Castro acumulou 400,25 pontos na soma de seis saltos – o melhor desempenho foi do francês Matthieu Rosset, que somou 464,85. O brasileiro confirmou classificação na última rodada, quando conseguiu um movimento que rendeu 77 pontos (melhor desempenho dele na competição).

“Os primeiros saltos estavam um pouco presos, mas isso é natural numa prova desse nível. Eu não estava solto e não estava 100%. Acho que estava nuns 85%, mas é uma característica dessa prova preliminar”, relatou Castro. “Era um sufoco. A gente sabia que o nível de estresse dessa prova seria muito alto. Foi um filme o que se passou até chegar aqui”, completou.

Em 2015, Castro havia sido o 14º colocado no Mundial disputado em Kazan (Rússia), que classificava os 12 primeiros para a Rio-2016. Depois da prova, a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) chegou a anunciar que o saltador estava classificado para os Jogos. Em dezembro, contudo, uma revisão feita pela Fina (Federação internacional de esportes aquáticos) tirou o brasileiro da lista de atletas confirmados.

“Na Rússia não deu por pouco, e quando a gente fica por pouco a gente vai engasgando”, disse Castro, que se emocionou após ter conseguido a classificação: “A Olimpíada, por ser no Brasil, é incomparável. Apesar de eu já ter disputado três, essa vai ser especial”.

Além de ter disputado três edições de Jogos Olímpicos, Castro tem duas medalhas em Pan-Americanos (prata no Rio de Janeiro, em 2007, e bronze em Guadalajara, em 2011). O atleta recebeu oito vezes do COB (Comitê Olímpico do Brasil) o prêmio de melhor brasileiro do ano na modalidade.

“Ainda bem que aqui no Maria Lenk eu sempre tenho um bom espírito. No Pan-Americano eu fui prata com essa torcida, que foi a melhor colocação da minha vida, e agora de novo um momento de felicidade. É muito bom poder saltar com torcida, o que não é uma coisa normal para um brasileiro. Durante 20 anos de saltos eu competi em vários lugares do mundo com torcida para um canadense ou um chinês”, contou o brasileiro.

O Brasil já tem vagas asseguradas em todas as disputas sincronizadas dos saltos ornamentais da Rio-2016, mas esses lugares são do país.