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Torneios de base vão sustentar arenas olímpicas após Rio-2016

Renato Sette Camara/Prefeitura do Rio
Circuito de canoagem slalom de Deodoro receberá Mundial depois dos Jogos Olímpicos imagem: Renato Sette Camara/Prefeitura do Rio

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

Faltando menos de seis meses para o início da Olimpíada, o governo federal já iniciou o planejamento do futuro esportivo das arenas olímpicas pós-Rio-2016. E, desta vez, a aposta federal para manter em uso os novos equipamentos esportivos do país não é tão ambiciosa quanto a de anos atrás. Torneios menores e mais baratos são o que deve ocupar os novos ginásios e instalações esportivas do país depois dos Jogos Olímpicos.

Após sediar grandes eventos como os Jogos Pan-Americanos de 2007, os Jogos Mundiais Militares em 2011 e a Copa do Mundo de 2014, o governo dá sinais que pretende inverter a lógica da promoção do esporte no país. Enxerga nas competições das categorias de base, por exemplo, uma chance de sustentar as arenas olímpicas sem gastar muito e ainda colaborando para desenvolvimento de atletas de modalidades menos populares.

“Estamos discutindo com as confederações os eventos do calendário esportivo que teremos condições de sediar. Tem uma série de campeonatos que nos interessam muito e não precisam ser os principais. Campeonatos de base nos interessam muito”, afirmou o secretário nacional do Esporte de Alto Rendimento, Ricardo Leyser, em visita ao Rio de Janeiro no mês passado. “São campeonatos mais baratos e importantes para formar nossa base em esportes que nem sempre temos grandes condições de competir.”

Segundo Leyser, o Brasil não necessariamente abrirá mão de sediar grandes eventos esportivos ou campeonatos de ponta. Haverá, porém, um foco mais intenso na atração de torneios de esportes não tão conhecidos ou praticados no país.

O secretário citou como exemplos de eventos que o país pretende sediar os torneios de canoagem que serão realizados no Parque de Deodoro a partir deste ano. Enquanto o circuito olímpico de canoagem slalom ainda estava em construção, a Federação Internacional de Canoagem confirmou o parque como sede do Campeonato Mundial de Canoagem Slalom 2018 e do Campeonato Mundial de Canoagem Freestyle 2017, além de uma etapa da Copa do Mundo de Canoagem Freestyle deste ano.

Legado indefinido

Vale ressaltar que o Ministério do Esporte também discute com a prefeitura do Rio um plano de legado para as arenas olímpicas. O município cobrou publicamente o governo sobre um plano de uso permanente das novas instalações olímpicas do país. Sem resposta, acabou lançando sozinho seu projeto para os espaços.

No plano da prefeitura, arenas do Parque Olímpico seriam convertidas em escolas, centros de treinamento e até espaço para shows e outros eventos. Empresas seriam convocadas a manter as instalações. Em compensação, poderiam lucrar com aluguel de espaços, publicidade ou eventos nas áreas olímpicas.

O projeto de legado da prefeitura foi apresentado pelo secretário de Coordenação de Governo, Pedro Paulo, em julho de 2015. Na época, ele afirmou que até o final do ano, a prefeitura detalharia valores de investimentos e apresentaria um esboço da PPP (parceria público-privada) idealizada para a manutenção do Parque Olímpico. Até agora, porém, isso não foi feito.

O prefeito Eduardo Paes ratificou no mês passado os planos da prefeitura para o Parque Olímpico. Disse que os detalhes prometidos por Pedro Paulo devem ser apresentados “em breve”.

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