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Atualizada em 25.01.2016 17h41

COI libera transgêneros a competirem no Rio sem necessidade de cirurgia

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Keelin Godsey é uma atleta transgênera imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

O Comitê Olímpico Internacional (COI) liberou atletas transgêneros a competirem nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro sem a necessidade de passarem por cirurgia para mudança de sexo. Entretanto, os atletas que desejarem competir em eventos voltados apenas para mulheres deverão demonstrar que o nível de testosterona no sangue está dentro do nível permitido para disputas do naipe feminino. Mulheres que quiserem competir entre os homens não terão restrições.

O COI se manifestou oficialmente sobre o assunto na noite de domingo após a informação ser divulgada em primeira mão pela revista online Outsports, que teve acesso a documentos sobre a discussão que ocorreu em novembro do ano passado durante o Encontro de Consenso sobre Mudança de Sexo e Hiperandrogenismo. O encontro contou com a presença de 20 especialistas, incluindo Ugur Edeene, membro do Comitê Excuctivo do COI e presidente da comissão científica e Richard Buget, diretor científico da entidade.

As regras da Olimpíada reconheciam o direito dos transgêneros para competir, mas com disposições específicas no âmbito do Congresso de Estocolmo, de 2004. Até agora, era necessária a cirurgia de mudança de sexo e, só dois anos após o reconhecimento legal da troca de gênero, o atleta poderia participar dos Jogos.

"Eu penso que não são muitas as federações que têm regras que definam elegibilidade de atletas transgêneros. Espero que as novas diretrizes possam dar confiança e estímulo para tornar estas regras válidas", afirmou Dr Richard Budgett.

As diretrizes para a participação de transgêneros na Olimpíada foi divulgada pelo COI por meio de um comunicado em seu site oficial.

"É necessário assegurar que atletas transgêneros não sejam excluídos da possibilidade de participar de competições esportivas. O nosso objetivo é garantir apenas que a competição seja justa", diz trecho da nota.

"Requerer uma cirurgia anatômica como algo imprescindível para a participação não é algo necessário para preservar a competição, e é inconsistente com o desenvolvimento das leis e as noções de direitos humanos", diz outro trecho.

Budgett afirmou ainda que não há planos para que esta nova regulamentação seja enviada para aprovação do Comitê Executivo do COI.

"Este é um consenso científico, não uma regra ou regulamento. É o conselho de uma comissão médica e científica, que devemos tomar como o melhor possível", afirmou.

As alterações na regulamentação devem beneficiar o triatleta americana Chris Mosier, a lançadora de martelo Keelin Godsey, e a indiana Dutee Chand, que compete no atletismo.

 

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