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Lesão tirou de ginasta o sonho olímpico. Agora, ele será voluntário no Rio

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Danilo em apresentação pela seleção brasileira no Pan de Santo Domingo imagem: REUTERS/Jason Reed

Karla Torralba

Do UOL, em São Paulo

O sonho da maioria dos atletas é disputar uma Olimpíada. Com Danilo Nogueira não era diferente. Três vezes medalhista dos Jogos Pan-Americanos, o ex-ginasta da seleção brasileira vai realizar o desejo olímpico 12 anos depois de ter a chance mais próxima como atleta, em Atenas-2004. Será na Rio-2016 e não como atleta, mas como voluntário.

Danilo Nogueira tem 32 anos, hoje é funcionário público e dá aula de ginástica artística para a equipe de Santos, no litoral de São Paulo. O ex-ginasta da seleção realizará o sonho olímpico em casa e ainda junto à equipe que um dia fez parte.

“Eu fui para todas as competições da ginástica: Mundial, Copa do Mundo, menos Olimpíada. Essa é no Brasil e ainda participar de um evento que não participei como atleta. Veio a oportunidade e logo me inscrevi. Foi um amigo da ginástica que me indicou. Eu fiz todo o processo e me chamaram. Não vai ser a mesma coisa de estar como atleta, mas eu vou estar no evento. É um sonho realizado. A ginástica vai ser onde foi o Pan-2007 então eu conheço bem”, comentou Danilo ao UOL Esporte.

Conhece bem mesmo. Foi no Rio de Janeiro que Danilo Nogueira ganhou as medalhas de bronze na barra fixa e prata por equipes. Quatro anos antes, também ganhou a prata por equipes. 

“No Rio foi o momento mais marcante da minha carreira. O ginásio estava lotado de brasileiros e acabei ganhando duas medalhas. Agora vai ser como voluntário, mas com certeza eu vou sentir ainda mais o clima, a torcida vai ser mais calorosa ainda por ser Olimpíada”, acredita Danilo.

Danilo participará de evento-teste de ginástica, que acontece em abril na Arena Olímpica do Rio, e já prática o inglês para poder ajudar brasileiros e estrangeiros na Rio-2016. “Tem pouca gente na ginástica. Eu ainda não sei em que estarei ajudando, mas eu vou poder ajudar. Em abril vai ter evento-teste e aí é que vai ser tudo preparado. A gente também ganhou um curso de inglês de quatro meses online. Eu comecei a fazer agora que eu estou tranquilo, mas sempre quis fazer. Quando eu era ginasta eu viajava muito, mas nunca fiz inglês”, contou.

Jorge Araujo/Folhapress
Danilo e Mosiah Rodrigues, medalhas de bronze e ouro no Pan-2007 imagem: Jorge Araujo/Folhapress
Olimpíada não foi possível por lesão em 2004

Naquela Olimpíada de 2004 o Brasil conseguiu classificar de forma inédita dois atletas. Eram eles Mosiah Rodrigues e Danilo Nogueira, mas o país tinha apenas uma vaga e o primeiro estava na frente nos critérios olímpicos. Danilo, no entanto, também iria para Atenas, como reserva do compatriota, veria de perto a emoção dos Jogos Olímpicos, o que acabou não acontecendo por conta de uma lesão sofrida dois meses antes da competição.

“Em 2004, ainda no Campeonato Brasileiro, eu rompi o ligamento do pé. Acabou que não pude estar em Atenas. Na época eu fiquei chateado, mas não pensei nisso muito na hora. Isso acontece muito com atleta”, relembrou Danilo, que passou por seis cirurgias em sua carreira.

Sem condições físicas de participar, a seleção brasileira não pode levar ninguém para o caso de lesão do atleta principal. Mosiah Rodrigues acabou em 33º no individual geral.

Eduardo Knapp/Folhapress
Danilo foi prata por equipes no Pan-2007, no Rio de Janeiro imagem: Eduardo Knapp/Folhapress
Danilo mantém amizade com Diego Hypolito e seleção

Ex-colegas de seleção brasileira, Danilo ainda encontra Diego Hypolito em competições, quando participa como árbitro e fala sobre Rio-2016 com o amigo. “Sempre que a gente se encontra não tem como não falar (de Olimpíada). Eu falo para ele da chance que ninguém teve. Eles estão tendo um incentivo muito grande, porque o Brasil nunca teve esse nível como hoje. Foi medalhista com o Arthur (Zanetti), mas dessa vez tem o Diego, Sasaki (Sérgio) que têm chance. A equipe tem chance de ter o terceiro lugar”, crava Danilo. 

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