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Relatório indica que 'corrupção é parte integrante' da Iaaf

AP Photo/Kerstin Joensson
Richard Pound, presidente da comissão independente da Wada imagem: AP Photo/Kerstin Joensson

Da AFP, em Paris

"A corrupção é parte integrante" da Associação das Federações Internacionais de Atletismo (Iaaf), cujos dirigentes "não podem ignorar a amplitude do doping", estima a comissão de investigação da Agência Mundial Antidoping (Wada).

Na segunda parte do presente relatório, divulgado em coletiva de imprensa em Munique e que contou com a participação de Sebastian Coe, presidente da Iaaf, a comissão de investigação considera que a corrupção "não pode ser atribuída somente a algumas maçãs podres que atuam de forma isolada" e estima que a Iaaf não "foi firme com uma série de países, incluindo a Rússia".

A Iaaf foi presidida até agosto pelo senegalês Lamine Diack, que foi sucedido pelo britânico Sebastian Coe, anteriormente vice-presidente.

O relatório aponta também para o papel desempenhado por Lamine Diack e seus filhos, Papa Massata e Khalil: "O Conselho da Iaaf não podia não estar ciente do nível de nepotismo dentro da Iaaf", criticou.

"Quando o presidente da Iaaf (Lamine Diack, indiciado pela justiça francesa), seu conselheiro pessoal (Habib Cissé, também indiciado), dois de seus filhos em cargos de confiança (Papa Massata e Khalil Diack, ambos empregados pela IAAF), o diretor do departamento médico e antidoping (Gabriel Dollé, também indiciado) e o secretário-geral adjunto estão todos envolvidos em atividades suspeitas ou criminosas, é a reputação da IAAF como um todo que está em posição duvidosa e é esta reputação que precisa ser restaurada", acusa o relatório.

Trata-se da segunda parte do relatório da Comissão de investigação independente da Wada sobre doping e corrupção no atletismo.

A primeira parte, publicada em novembro, desvendou um sistema organizado de doping na Rússia.

A Wada declarou que a Rusada (Agência Russa antidoping) e o laboratório antidoping de Moscou não respeitavam o código mundial antidoping.

Após a divulgação das irregularidades, a Iaaf suspendeu a Rússia de toda competição de atletismo, abrindo as portas para a possibilidade dos atletas russos serem proibidos de participar dos próximos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto.

Por meio de um comunicado oficial, a Iaaf afirmou ter tomado conhecimento de todas as denúncias e reconhece a gravidade dos fatos. A entidade afirma ainda que trabalhará para atender todas as recomendações da Wada e acabar com a corrupção.

"Sou extremamente grato à Comissão Independente da Wada pelo trabalho e recomendações feitas. A corrupção revelada hoje é totalmente abominável e uma grande traição à iaafpor parte de todos os envolvidos. Não podemos mudar o passado, mas estou certo que vamos aprender com os erros e não iremos repeti-los. Algumas das recomendações já estão sendo implantadas e as novas farão parte do nosso programa anunciado no dia 5 de  janeiro,", afirmou o presidente da Iaaf Sebastian Coe.



 

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