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Filho de cartola pediu 650 mil euros para livrar de doping campeã olímpica

Ryan Pierse/Getty Images
Asli Cakir Alptekin, campeã olímpica dos 1.500m em Londres imagem: Ryan Pierse/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

A Agência Mundial Antidoping (Wada) divulgou nesta quinta-feira a segunda parte de sua investigação sobre doping e corrupção na Associação das Federações Internacionais de Atletismo (IAAF) e apontou que Papa Massata Diack, filho do ex-presidente da entidade, Lamine Diack, tentou cobrar 650 mil euros em propina para livrar de doping a turca Asli Çakir Alptekin, campeã olímpica dos 1.500m em Londres-2012.

Papa Massata Diack trabalhava como consultor de marketing da Iaaf.

O encontro para cobrar a propina aconteceu em Mônaco entre os dias 13 e 17 de novembro, após a realização da competição na Inglaterra e a chantagem foi feita para que a turca não tivesse sua medalha cassada e não fosse banida do esporte após uma amostra analítica adversa ter sido encontrada em seu passaporte. O resultado era conhecido pela Federação Turca de Atletismo ates da Olimpíada, mas não foi comunicado à atleta.

"Ao fim do dia, Diack reduziu a quantidade para 350 mil euros. Os representantes de Alptekin afirmaram que não poderiam pagar a quantia e deixaram o encontro", diz trecho do relatório divulgado nessa quinta-feira,

Outra parte do relatório aponta que um novo encontro aconteceu no dia 20 de novembro em Istambul, capital turca. Desta vez quem representou a Iaaf foi Khalil Diack, outro filho de Lamine Diack. Sua viagem, que custou, entre 20 e 25 mil euros foi bancada pela própria atleta. Ainda de acordo com a Wada, a família da atleta pagou 35 mil euros para que o resultado positivo do teste fosse ocultado.

Em março de 2013, foi noticiado que Alptekin violou um controle antidoping de sangue e teria sues resultados cassados. A Federação Turca de Atletismo, entretanto, livrou a atleta de qualquer tipo de punição. A Iaaf e a Wada recorreram à Corte Arbitral do Esporte, e em agosto de 2015, após audiência na Corte Arbitral do Esporte, a turca concordou em abrir mão de sua medalha e cumprir uma punição de oito anos por testar positivo no exame.

Na mesma parte do relatório sobre o caso da atleta turca é apontado que Diack resolveu retirar o seu apoio à candidatura de Istambul aos Jogos Olímpicos de 2020 porque os turcos não teriam pagado entre US$ 4 e 5 milhões referentes a patrocínio à Liga Diamante. Os japoneses acabaram pagando esta quantia. Tóquio foi eleita sede da Olimpíada.

A Justiça Francesa já emitiu por meio da Interpol um mandado de prisão contra Papa Massata Diack.

 

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