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Cubano naturalizado ainda sonha poder jogar pela seleção de vôlei nos Jogos

Alexandre Arruda/CBV
Leal está em sua quarta temporada pelo Sada/Cruzeiro imagem: Alexandre Arruda/CBV

Fabio Aleixo e Leandro Carneiro

Do UOL, em São Paulo

O ponteiro Yoandy Leal Hidalgo, do Sada/Cruzeiro, conseguiu a nacionalidade brasileira no fim de 2015 e agora vive a expectativa de disputar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. A possibilidade empolgou os fãs do atleta, mas tem um entrave, o regulamento da Federação Internacional de Vôlei (FIVB). Em entrevista ao UOL Esporte, o atleta falou sobre a “responsabilidade em ser brasileiro” e admitiu desejo de integrar o time de Bernardinho.

“Na realidade não sei exatamente quando iniciamos esse processo (de naturalização), tem cerca de um ano e meio. A gente está procurando muita informação. Eu torço muito para isso, mas não depende de mim”, disse.

“Eu ficaria muito feliz se tudo desse certo agora. Estou com 27 anos, me sinto muito bem, creio que estou no topo da minha carreira e acho que faria um bom papel. Creio que este ano é o meu. Se não conseguir será uma pena. Mas tenho que seguir jogando outras competições, pelo Sada Cruzeiro. Eu vou fazer o meu trabalho e seguir jogando no Brasil”, complementou o jogador, que chegou ao Brasil em 2012.

A possibilidade de ter Leal com a camisa da seleção brasileira anima Bernardinho. No ano passado, em entrevista ao jornal O Globo, o treinador disse ver com “bons olhos” a possibilidade de contar com o atleta e que interessava por essa hipótese.

O problema é que o regulamento da FIVB prevê que um atleta só pode jogar por uma segunda seleção 2 anos após conseguir a sua nova nacionalidade. A situação é semelhante a vivida pelo também cubano Wilfredo Leon na seleção polonesa.

Oficialmente, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) diz que irá respeitar o regulamento determinado pela FIVB. Ou seja, Leal só estará nos Jogos se uma mudança fosse feita pela entidade. O cubano disse não ter conversado com ninguém da entidade sobre o tema. Ele disputaria vagas com Lucarelli, Lipe e Murilo e poderia se tornar o primeiro atleta naturalizado a jogar pela seleção nacional.

A naturalização dividiu a seleção brasileira. Murilo chegou a dizer ser contra esse tipo de processo apesar de dizer que receberia bem o cubano caso acontecesse. Já Sidão e Serginho foram a favor. Leal não entra em polêmica e avisa que se isso acontecer, o objetivo é somar e conquistar o ouro olímpico.

“Fiquei muito tranquilo em relação a isso. Ele falou também que se eu for para lá vou ser bem recebido. Acho que para eles é algo muito diferente, pois seria a primeira vez na seleção brasileira que teria um jogador estrangeiro. É algo forte. Mas temos que pensar em coisas objetivas. Eu estaria indo para lá para ajudar, fazer meu trabalho e com a meta de ganhar a Olimpíada”, minimizou.

Leal, que revelou ter dificuldades para se adaptar ao Brasil em seus primeiros meses por aqui, hoje se diz totalmente confortável. Em Belo Horizonte, ele vive ao lado da esposa Sheyla e do filho Ian Carlos.

“Depois que iniciei esse processo comecei a ver algumas coisas do país com outros olhos. É uma nova responsabilidade para mim, ter a nacionalidade brasileira. Mas em termos profissionais, tirando a parte da seleção brasileira, creio que não muda nada”, afirmou.

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