Seleção se apresenta com 11 atletas e CBB descarta retaliação a dissidentes
A seleção feminina de basquete iniciou na tarde desta quarta-feira a preparação para o evento-teste dos Jogos Olímpicos com apenas 11 jogadoras de um total de 12 que podem ser inscritas para o torneio.
A previsão era de que somente dez atletas estivessem no primeiro treino da equipe no clube Sírio, em São Paulo. Porém, de última hora, a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) chamou a armadora Laís Silva, que defende o São Bernardo e já integrou as categorias de base.
O esvaziamento da seleção se dá por conta do boicote feito por cinco dos seis clubes que disputam a Liga de Basquete Feminno (LBF) e não estão satisfeitos com o tratamento dado à modalidade pela entidade. Por causa disso, sete jogadoras pediram dispensa. Foram elas: Adrianinha, Tainá Paixão e Tati Pacheco (Uninassau/América), Gilmara e Joice (Americana/Corinthians), Jaqueline e Tássia (Santo André). O único clube que não aderiu ao movimento foi o Sampaio Basquete, do Maranhão.
A pivô Clarissa, do Coritnhians/Americana, também resolveu quebrar o boicote e se apresentou.
"Em toda a minha carreira eu nunca vi uma situação como essa, ainda mais agora que todas são jogadoras profissionais e ninguém joga apenas por amor", disse o técnico Antônio Carlos Barbosa.
"Ficamos numa situação muito complicada com tantos pedidos de dispensa. E a situação de contar com 11 jogadoras não é a ideal. Fica muito complicado dar treino com um número ímpar de atletas, para fazer exercícios de trios e duplas. Vamos tentar agregar ainda mais uma jogadora a este grupo, mas não sabemos ainda", completou.
O treinador descartou a possibilidade de retaliação às jogadoras que não se apresentaram e não fechou à porta para futuras convocações.
"De maneira alguma (vai ter retaliação). Temos de separar jogadora de clubes. As jogadoras não se apresentarem é uma consequência da postura dos clubes", disse Barbosa.
"Não vamos punir nenhuma atleta, de maneira alguma. Conseguimos preencher as lacunas. O importante é que depois desta turbulência a gente consiga sair fortalecido pata chegarmos bem na Olimpíada. Teremos uma preparação adequada", afirmou o diretor da CBB Vanderlei Mazzuchini.
Em meio à crise, a seleção vai se preparar para o evento-teste, que será realizado entre os dias 15 e 17 de janeiro no Parque Olímpico da Barra da Tijuca. Além do Brasil, Argentina, Austrália e Venezuela participam do torneio.
"O resultado pouco vai nos importar. Como diz o nome, é um teste. Claro que temos espírito competitivo e queremos ganhar. Mas este é um momento de avaliação. Temos aquelas atletas mais experientes que têm uma nova oportunidade de defender a seleção e as mais jovens que começam a construir a carreira", disse Barbosa.
Veja quem disputará o evento-teste:
Armadoras: Anna Beatriz Oliveira (Basquete Jaraguá/SC), Carina dos Santos Martins (Sampaio Basquete/MA) e Laís Silva (São Bernardo/CBB)
Alas: Iziane (Sampaio Basquete/MA), Isabela Ramona (Sampaio Basquete/MA), Palmira Marçal (Sampaio Basquete/MA) e Mariane Carvalho (ADC Bradesco / SP)
Pivôs: Érika (sem clube), Clarissa (Corinthians/Americana), Karina Jacob (Sampaio Basquete/BA) e Carina Felippus (Sampaio Basquete/MA)