Roland Garros vira modelo para futuro de arena de tênis da Rio-2016
A despeito de ainda não ter sido finalizado, o Centro Olímpico de Tênis foi inaugurado na última quinta-feira (10) e já recebeu seu primeiro torneio (o evento-teste da modalidade para a Rio-2016, realizado entre os dias 10 e 12 de dezembro). Construído num terreno da prefeitura, o aparato custou pelo menos R$ 201 milhões aos cofres públicos (a maior parte proveniente do governo federal). No entanto, ninguém sabe o que fazer com as quadras. A CBT (Confederação Brasileira de Tênis) entregou na semana passada uma proposta para assumir a gestão do equipamento após os Jogos Olímpicos de 2016, e a inspiração é o modelo de Roland Garros.
Assim como acontece no Rio de Janeiro, as quadras usadas pelo tradicional Grand Slam francês ocupam um terreno da prefeitura e foram construídas com verbas públicas. A gestão foi entregue à Federação Francesa de Tênis por 50 anos.
“A fórmula da França é muito parecida com a nossa”, relatou Jorge Lacerda, presidente da CBT, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte. Em janeiro de 2015, uma comitiva da entidade brasileira esteve na França para estudar o modelo de gestão de Roland Garros. “Fomos a todos os departamentos e vimos como funciona. Eles abriram todos os documentos e plantas”, completou o mandatário.
A proposta da CBT é transformar o Centro Olímpico de Tênis em casa da modalidade no Brasil. A sede da entidade seria transportada para o espaço, que também abrigaria jogos de competições como a Copa Davis.
Ainda no alto rendimento, o Centro Olímpico abrigaria treinos de equipes nacionais e de atletas de ponta. A CBT atualmente trabalha com células regionais com essa finalidade de preparar os principais nomes do país – existe uma no Rio de Janeiro, aliás.
“Esse núcleo viria para o centro, e aí depois a gente traria mais jogadores, mais treinadores”, avisou Lacerda. “A gente apresentou uma ideia para acabar com o receio de que aquilo viraria um elefante branco. Não vai ser isso”, adicionou.
O projeto da CBT foi entregue na quinta-feira (10) à EOM (Empresa Olímpica Municipal). O documento de cerca de 60 páginas ainda fala sobre uso do aparato como parque popular e como casa de projetos sociais – a entidade esportiva tem um plano conjunto com os Correios e atende 8 mil crianças.
Dos R$ 201 milhões de custo do Centro Olímpico de Tênis, ao menos R$ 10 milhões serão destinados à manutenção do equipamento. A cessão só deve ser concluída no início de 2017, e até lá os custos serão bancados pelo poder público.
A CBT ainda não fala abertamente em valores de manutenção, mas diz ter condição de custear a gestão do Centro Olímpico apenas com as receitas que a entidade tem atualmente. Depois, o desafio seria transformar o equipamento em uma nova fonte de receita.
“A gente aqui tem uma garantia de pagamento anual para poder trabalhar com calma num primeiro momento. Então a gente quer trazer grandes eventos, eventos da entidade, e aos poucos ir trazendo mais parceiros que possam explorar o centro como uma propriedade”, explicou Lacerda.