Barbosa volta ao comando da seleção feminina de basquete após oito anos
Fábio AleixoDo UOL, em São Paulo
Pela terceira vez em sua carreira Antônio Carlos Barbosa, de 70 anos, comandará a seleção feminina de basquete. Ele assume o cargo nesta segunda-feira como o substituto de Luiz Augusto Zanon, que renunciou ao cargo na última sexta, dias após anunciar a convocação para o evento-teste da Olimpíada que será realizado entre 15 e 17 de janeiro. Medalhista de bronze nos Jogos de Sydney-2000, Barbosa havia deixado a seleção em 2007, após 20 anos ininterruptos no comando. Antes, também havia sido o treinador entre 1976 e 1984.
"Está tudo certo. Assumo a partir desta segunda-feira e o trabalho começa de fato a partir do dia 6 de janeiro, quando as jogadoras se apresentam para o evento-teste. Vou respeitar a convocação feita pelo Zanon. A única questão que precisamos ver é a da Damiris, que está com uma fratura por estresse na perna e não vem jogando", afirmou em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.
O novo comandante da equipe feminina terá a missão de apaziguar os ânimos e por fim à crise existente no momento entre a Confederação Brasileira (CBB) e os seis clubes que disputam a Liga de Basquete Feminino (LBF). As agremiações dizem que não vão liberar suas jogadoras para o evento-teste.
"Não estou nessa para enfrentar ninguém e bater de frente. Quero contribuir com o basquete feminino. Me dou bem com todos e acho que não terei nenhum tipo de problema com esta situação", disse o treinador, que em seu último torneio à frente da seleção - o Pan de 2007 - ficou com a prata.
O último trabalho de Barbosa como técnico foi há quase dois anos, à frente do Maranhão Basquete na disputa da Liga de Basquete Feminino (LBF) na temporada 2013/2014. Desde então, vinha apenas ministrando clínicas e palestras. Em abril deste ano, inclusive, havia dito em entrevista ao site oficial da Confederação Brasileira (CBB) que não pensava mais em dirigir a seleção.
"Eu não tinha mais esta pretensão, mas recebi o convite na sexta-feira e fiquei dois dias pensando. É com muito orgulho e satisfação que assumirei o cargo. Acredito que ainda posso ajudar muito a modalidade. O fato de disputar uma Olimpíada em cada também me motiva bastante. Estou saudável, me sentindo bem e sigo vivendo o basquete feminino. Então não tinha porque não aceitar", afirmou o treinador.
"Não prometo que vamos ganhar uma medalha, mas eu não entro em uma competição para perder. Vamos buscar sim a medalha" disse Barbosa.
Ele afirmou ainda que a preparação da seleção para os Jogos do Rio de Janeiro terá início em maio, com a apresentação das atletas e a realização de diversas partidas amistosas.
"Quatro meses completos de trabalho é tempo suficiente para você conseguir montar uma equipe competitiva. Temos atletas experientes e outras boas jovens chegando", disse.
Além da volta de Barbosa, a CBB deve anunciar ainda nesta segunda a contratação da ex-jogadora Adriana Santos como coordenadora das seleções femininas. Como atleta, foi campeã mundial em 1994, medalhista de prata nos Jogos de Atlanta-1996 e bronze em Sydney-2000. Atualmente, ela é membro da Comissão de Jogadores da Federação Internacional de Basquete (FIBA).