Vídeos

Como um jogo mudou toda a preparação de tenista brasileiro para Rio-2016

Marcos Brindicci/Reuters
João Souza, o Feijão, se esforça em ponto contra Leonardo Mayer imagem: Marcos Brindicci/Reuters

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

O dia 8 de março de 2015 marcou a vida do tenista brasileiro João de Souza, 27, conhecido como Feijão. Nessa data, após seis horas e 42 minutos em quadra, ele perdeu por 3 sets a 2 para o argentino Leonardo Mayer, 28, em duelo válido pela Copa Davis. A partida foi a mais longa na história da chave de simples do torneio (e a segunda mais duradoura da modalidade em todos os tempos). E isso influenciou até os planos do atleta para os Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados no Rio de Janeiro.

Quando chegou ao jogo contra Mayer, Feijão estava em alta – era o número 1 do ranking nacional de tênis e vivia o melhor momento da carreira. Depois disso, acumulou fracassos. O brasileiro é o terceiro do país atualmente, atrás de Thomaz Bellucci e Rogério Dutra Silva, e ocupa apenas a 143ª posição na classificação de simples da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais). Por isso, decidiu adotar uma estratégia diferente para a Rio-2016.

“Qualquer atleta brasileiro quer jogar a Olimpíada. Vou arriscar jogar torneios menores para tentar ganhar um pouco de confiança”, explicou Feijão em entrevista ao UOL Esporte.

O recuo e a aposta em torneios de menor relevância são mudanças significativas para o tenista brasileiro. Ele poderia ter feito isso depois da derrota na Davis, por exemplo, mas optou por uma sequência em competições mais fortes em 2015.

“Desde ali minha confiança baixou. Perdi um, dois, três jogos seguidos, e aí não soube administrar. Continuei arriscando o calendário. Segui jogando Grand Slams e torneios da ATP quando podia ter recuado para challengers para ganhar ritmo. Aí tive os seis piores meses da minha vida”, avaliou Feijão.

Como voltou de férias na semana passada, o tenista está em fase de planejamento sobre a temporada 2016. Por isso, a abordagem diferente sobre o calendário ainda pode ser rediscutida. Para Feijão, porém, o mais importante agora é deixar para trás o revés para Mayer: “Aquele jogo me machucou muito na parte mental. Foi uma das piores coisas que aconteceram na minha vida. Perder da maneira que foi.... Ver a tristeza que o Brasil teve depois daquilo.... Eu sou um cara bastante emotivo e gosto desses torneios em equipe. Isso me matou”.

O Brasil ainda não definiu quais tenistas vai enviar aos Jogos Olímpicos de 2016. O torneio da modalidade terá um total de 172 atletas (86 no feminino e 86 no masculino), e cada país pode ter até seis representantes por gênero (quatro na chave de simples e dois nas duplas).

“Para 2016 eu já venho bem preparado. A gente tem de dar dois passos atrás para dar três para frente depois. Essas quedas me tornaram até mais forte”, apostou Feijão.

Topo