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Brasil estreia no Mundial de handebol com empate heroico no último segundo

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Kolding (Dinamarca)

O Brasil, atual campeão, estava a um segundo de perder em sua estreia no Mundial de handebol na Dinamarca. Foi no estouro do cronômetro que a seleção conseguiu, com uma jogadora a menos, chegar ao 24 a 24 contra a Coreia do Sul. Além de evitar um tropeço indesejado, o gol emocionante de Alê Nascimento deu ao time verde-amarelo força para seguir em busca do bi. 

"Achei que ia chegar um momento do jogo que a gente ia abrir, mas elas não desistem nunca, como a gente já sabia. Esse empate saiu pra gente como uma vitória, é para começar com o pé direito", afirmou a goleira Babi, eleita a melhor em quadra pela organização.

O empate suado coroa a superação da seleção, que chegou a ter duas a menos em quadra nos minutos finais e conseguiu a virada também com uma jogadora suspensa. Babi foi fundamental com duas defesas em cobranças de sete metros e muita eficiência ao longo dos 60 minutos. Ela parou 14 dos 38 arremessos que foram em direção ao gol.

O jogo teve toda a dificuldade que prometia. A Coreia do Sul começou com uma marcação alta, quase no meio da quadra, e atrapalhou a armação brasileira. Duas jogadoras fundamentais para a seleção não fizeram um bom primeiro tempo. Alê pediu para sair por volta dos 10 minutos após errar dois arremessos e Dara não conseguiu se encaixar na marcação, seu principal fundamento – levou duas suspensões de dois minutos.

Com Ana Paula baleada por uma lesão no joelho e Fernanda fora também por questões médicas, Duda e Deonise ficaram sobrecarregadas. A melhor do mundo até liderou o Brasil no começo do jogo, mas foi muito marcada e só conseguiu voltar a se voltar com a entrada de Dani Piedade.

A pivô deu mais mobilidade ao ataque verde-amarelo justamente quando a Coreia passou à frente no marcador, por volta do 16º minuto. Àquela altura, os chutes de fora da área de Ryu Eun-Hee passaram a vencer Babi, a goleira do Brasil que vinha garantindo uma defesa suada com grandes intervenções.

Morten Soubak, à beira da quadra, reagia muito insatisfeito. Reclamou bastante da demora na tomada de decisões em alguns ataques e fez mudanças constantes na equipe. Enquanto o juiz não apitou o intervalo, porém, nada adiantou. Foi no vestiário que o dinamarquês deu um jeito no time, que àquela altura perdia de 12 a 10.

Em menos de cinco minutos, Dara voltou, Duda e Deonise seguiram bem e Ana Paula assumiu a liderança do time, com dois gols e uma assistência que igualaram o placar. Não que a Coreia tivesse caído, ao contrário. Organizado, o time asiático trocou alternou na liderança com o Brasil por não mais que um gol ao longo de dez minutos.

Só que quando a defesa voltou a deixar passar chutes de longe, a Coreia disparou para não ser mais alcançada. Erros em bolas cara a cara no ataque atrapalharam qualquer plano de virada. A cinco minutos do fim, o Brasil ainda teve duas suspensões simultâneas de dois minutos e ficou só com quatro jogadoras de linha.

Foi aí que, de maneira heroica, a seleção conseguiu o empate. Boas sequências na defesa e a estrela de Alê Nascimento, no segundo final, deram a igualdade à seleção, que agora vê França e da Argentina, que venceram Alemanha e Congo, respectivamente, na liderança do grupo C.

O próximo compromisso do Brasil será na segunda-feira, às 13h (de Brasília), contra o Congo.

Confira os resultados do Grupo C neste sábado:

Argentina 23 x 15 Congo
França 30 x 20 Alemanha
Brasil 24 x 24 Coreia do Sul

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