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Tragédia em Minas afeta campeã olímpica. E ela faz campanha por água

Luiz Pires/Fotojump
Adenizia se recupera de lesão no Vôlei Nestlé imagem: Luiz Pires/Fotojump

Leandro Carneiro

Do UOL, em São Paulo

Não bastasse a lesão que a afastou das três primeiras rodadas da Superliga, Adenizia, campeã olímpica em Londres 2012 e presença frequente na convocação da seleção, também tem visto sua família passar dificuldades em Governador Valadares, uma das cidades atingidas pelo rompimento da barragem em Mariana.

E como está longe e sem muitas condições de ajudar, ela liderou uma campanha em parceria com o Vôlei Nestlé, seu time. Após uma conversa com seus superiores, a atleta iniciou um pedido para doação de água nos jogos da equipe paulista.

“Primeiramente, minha família é de Valadares, como estou com contato direto com eles, tudo foi passado pra mim pela minha mãe, sei que a situação está difícil, que realmente não tem água, não tem água suficiente. É fila em mercado, fila em postos. Minha mãe passa horas para pegar água, para fazer comida e beber. Depois vai ao posto ficar mais outras horas esperando para pegar água para limpar casa. Não se pode beber da torneira porque tem resíduos que podem prejudicar a saúde. É bem difícil, a cidade foi realmente prejudicada”, disse em conversa com o UOL Esporte.

“Passei a situação aos meus superiores, falei o que estava acontecendo. Eles sabiam que poderia estar me prejudicando e ficaram preocupados. Pediram calma agora e disseram que íamos tentar ajudar de alguma maneira. Resolvemos que poderíamos pedir água nos jogos, que o povo não se incomodaria. Tenho certeza absoluta que todo mundo vai ajudar, e quem não puder ir, vai ajudar em oração”, completou.

Adenizia vive também a expectativa de conseguir uma folga para visitar seus familiares, isso se for possível ir para a cidade sem deixar a situação ainda mais difícil.

“Ainda não tenho planos para ir, assim que surgir uma folga, vou lá. Mas tenho de ver se tem condições, não tem como ir e piorar as dificuldades. Dando para ir, estando liberada, eu vou”, falou.

A central chegou a disponibilizar sua casa para seus pés virem para São Paulo enquanto a situação não melhora, mas ela lamenta que não tem como fazer isso por todos. “Meus irmãos não têm como vir, eles trabalham, tem filhos. Não tem como se deslocarem”, afirmou.

Apesar da dificuldade pela falta de água, Adenizia diz que seus familiares não foram afetados diretamente pela tragédia no rio Doce, pois eles moram distantes do rio.

A primeira oportunidade para os fãs do clube e da atleta ajudarem será nesta terça-feira. O Vôlei Nestlé receberá o São Caetano pela Superliga.

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