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Atletas do Quênia cobram saída de cartola após acusações de apoio a doping

SIMON MAINA/AFP
Atletas do Quênia invadem sede e protestam contra presidente da federação de atletismo imagem: SIMON MAINA/AFP

Do UOl, no Rio de Janeiro

Um grupo de atletas do Quênia faz protesto na sede da Federação de Atletismo do país africano nesta segunda-feira. O alvo dos esportistas, que se trancaram em um prédio da capital Nairóbi e evitam que qualquer funcionário tenha acesso ao local, é o atual presidente da entidade Isaiah Kiplagat.

O cartola é acusado de dar apoio a atletas dopados, usando seu poder para encobrir diversos casos na modalidade. De acordo com a imprensa local, os atletas se recusam a deixar o prédio e pressionam para a saída de Kiplagat.

Campeão dos 400m com barreiras no Mundial realizado em Pequim neste ano, Nicholas Bett está entre os descontentes e escreveu no Facebook. "Isaiah Kiplagat deve sair. Estamos cansados de sua liderança, precisamos de mudança".

Kiplagat é acusado de encobrir casos de doping no Quênia. Caso a desconfiança da Agência Mundial Antidoping (Wada) seja confirmada, a nação africana seguirá exemplo da Rússia. O país foi foi suspenso de forma provisória pela Federação Internacional de Atletismo (Iaaf) por promover "doping organizado".

Em entrevista ao canal BBC, Kiplagat falou sobre as desconfianças da Wada. "Os atletas sérios estão treinando e não têm tempo para testes", disse o cartola. A declaração causou polêmica e irritou atletas de destaque do Quênia.

O presidente do Comitê Olímpico do Quênia, Kipchoge Keino, admitiu que a Wada poderá pedir à Iaaf para que suspenda a federação do país de todas as competições de atletismo por quatro anos, o que inclui a Olimpíada do Rio.

Segundo o jornal Sunday Times, 1/5 das medalhas do Quênia em competições - como os Jogos Olímpicos e Mundiais de atletismo - no período 2001/12 foram obtidas por atletas que apresentaram resultados "duvidosos" em exames antidoping. O diário britânico diz que se baseia em dados vazados pela Iaaf.

A entidade que comanda competições de atletismo já confirmou que o Quênia é um dos países investigados por ter se envolvido em casos de "doping organizado". Além da pressão sobre Isaiah Kiplagat, atletas querem a saída do vice-presidente David Okeyo. Ele é investigado pela polícia local por ter desviado cerca de R$ 2,6 milhões da Nike, empresa que patrocina o esporte no país.

O Quênia está no olho do furacão por conta de revelações na imprensa de que produtos dopantes circulam com muita facilidade no país. Nos últimos anos, 35 atletas quenianos foram flagrados em testes, colocando sob suspeita a hegemonia nas provas de meio-fundo.

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