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Rio-16 apresentará plano de segurança nos EUA. Sem mudanças após atentados

AFP PHOTO/YASHUYOSHI CHIBA
Policiais do Bope durante simulação de segurança para os Jogos Olímpicos imagem: AFP PHOTO/YASHUYOSHI CHIBA

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

O plano de segurança montado pelo Ministério da Justiça para os Jogos Olímpicos de 2016 será apresentado nesta semana ao governo dos Estados Unidos, durante evento anual da secretaria de estado americano em Washington (EUA). E o planejamento que vem sendo elaborado desde a escolha do Rio como sede olímpica em 2009 não sofrerá alterações devido aos ataques terroristas da última sexta-feira, em Paris. O responsável pela apresentação será Andrei Rodrigues, secretário Extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça.

Os americanos são parceiros do Brasil na troca de informações sobre segurança.

"Fui convidado para apresentar o nosso planejamento e poder discutir ações com o FBI, além de fazer visitas institucionais. Os Estados Unidos são um parceiro histórico e já nos ofereceram ajuda para o trabalho durante a competição. E este trabalho de cooperação internacional que temos com mais de 190 países, e que deu resultado durante a Copa do Mundo e em outros grandes eventos como a Copa das Confederações e a Rio+20, faz com que tenhamos tranquilidade mesmo após o que aconteceu na França. Claro que ninguém passa indiferente a um evento como esse, mas já adotamos as melhores práticas possíveis para combater o terrorismo", disse Rodrigues em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

"Temos representantes da Polícia Federal em Paris e em outros 19 países trabalhando como observadores e já fizemos observações em outros grandes eventos ao redor do mundo. Já estamos adotando todas as práticas recomendadas no combate ao terrorismo", completou.

Além da apresentação nos Estados Unidos, o planejamento será tema de discussão entres os dias 25 e 26 deste mês no Rio de Janeiro, durante o briefing de segurança. O evento contará com a presença de chefes de seguranças de mais de 200 países, representantes de diversos comitês olímpicos e do Itamaraty. No encontro será detalhada como se dará a atuação dos 47 mil profissionais de segurança pública e 38 mil das forças armadas que trabalharão no evento e os 12 eixos de ação planejados.

Entre os 12 eixos, o terrorismo é um dos mais relevantes. Mas a prometida escalada de violência por parte do Estado Islâmico (EI) não é tida como a ameaça a se prestar mais atenção.

"Não temos uma preocupação específica. Para todos os grupos, entendemos que existem riscos e temos um trabalho específico para cada um deles", disse Rodrigues sem detalhar quais são todos os grupos.

Mas entre as possíveis ameaças estão também os barra-bravas argentinos, que foram um dos principais focos de atenção durante o Mundial de Futebol. 

"Na Copa, impedimos a entrada de vários cidadãos no país e, seguramente para a Olimpíada reeditaremos esta parceria com as autoridades argentinas", afirmou Rodrigues.

Entre os eventos olímpicos que exigem uma maior atenção das forças de segurança são a cerimônia de abertura (que deverá contar com a presença de 100 chefes de estados), a cerimônia de encerramento e as finais de esportes com grande apelo, como atletismo, basquete e vôlei.

"Além de todos os eventos esportivos, teremos também todos os deslocamentos de entrada e saída Vila Olímpica, que totalizam 30 mil. É uma operação complexa, mas estamos fazendo todo o esforço e o trabalho para que tudo saia bem, sem relaxar em nenhum momento", completou o secretário.

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