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Interpol anuncia apoio a investigações sobre casos de doping no atletismo

Do UOL, no Rio de Janeiro

A organização internacional de polícia Interpol anunciou que irá ajudar autoridades francesas na investigação de um suposto esquema de corrupção envolvendo esportistas e autoridades do atletismo. A França busca evidências de crimes praticados para acobertar casos de doping.

Nesta segunda-feira, a Wada (Agência Mundial Antidoping, pela sigla em inglês) divulgou um relatório em que recomenda que a Rússia seja suspensa das competições da modalidade. A recomendação foi feita para a Iaaf (Federação Internacional de Associações de Atletismo), que já anunciou que abrirá processo para uma possível punição.

Segundo o relatório da agência, que aponta irregularidades de competidores da Rússia em exames antidoping, o esquema envolve cinco atletas, quatro técnicos e um médico.

A comissão independente da Wada solicitou apoio da unidade antidoping da Interpol durante a investigação que resultou no relatório. A polícia internacional facilitou o acesso da comissão a autoridades francesas, que concordaram em abrir um inquérito para investigar crimes como corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

A Interpol trabalha em países potencialmente ligados ao esquema, como a Cingapura, citou a nota da entidade.

A suspensão à Federação Russa de Atletismo, se for adotada pela Iaaf após pedido da Wada, pode impedir atletas do país de participar de qualquer evento da Iaaf, como Jogos Olímpicos (no caso, da Rio-2016) e campeonatos mundiais.

Entenda o caso

Relatório divulgado pela Wada após investigação acusa a Rússia de ter escondido resultados positivos de doping até o meio deste ano. O esquema priorizava destruição de amostras após o pagamento em dinheiro. Dick Pound, ex-presidente da Wada, pede o descredenciamento do laboratório de Moscou e a suspensão do diretor do local de maneira permanente.

Ainda segundo o relátorio da agência, o esquema envolve cinco atletas, quatro técnicos e um médico.

A recomendação da Wada ainda pede o descredenciamento do laboratório de Moscou e a suspensão do diretor do local de maneira permanente.

O diretor teria destruído 1.417 amostras de exames três dias antes de receber a equipe de auditoria da Wada em busca de evidências. Ainda segundo a Wada, o laboratório teria sofrido pressão direta do governo russo.

A investigação apontou que Mariya Savinova-Farnosova e Ekaterina Poistogova, medalhas de ouro e bronze em Londres, respectivamente, estariam envolvidas no escândalo. A Wada recomendou que ambas sejam banidas do esporte.

AS MOTIVAÇÕES DA WADA PARA INVESTIGAR A RÚSSIA

  • Revelar os muitos casos de testes feitos de maneira inadequada e a baixa adesão a padrões seguidos por outros países do mundo.

  • Determinar o descredenciamento do laboratório de Moscou o mais rapidamente possível e remover permanentemente o diretor da entidade, Grigory Rodchenko.

  • Mostrar que um grande número de atletas suspeitos de doping poderia ser impedido de competir nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, se não fosse pela "política de laissez-faire inexplicável" instituída entre a Iaaf e a Federação de Atletismo da Rússia (Araf).

  • Sugerir que a Federação de Atletismo da Rússia (Araf) e nem a Agência Anti-Doping russa (Rusada) possam ser consideradas compatíveis com o código anti-doping.

  • Confirmar que médicos russos e/ou funcionários do laboratório atuaram como facilitadores do esquema para burlar uso de substâncias proibidas de forma sistemática, com apoio de treinadores.

  • Identificar a destruição intencional e maliciosa de mais de 1.400 amostras de exames por parte de Moscou depois de receber notificação para preservar as amostras.

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