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Nory chega perto, mas fica em 4º na barra, e Brasil deixa Mundial sem pódio

Ricardo Bufolin/CBG
Arthur Nory faz a sua apresentação na barra fixa. Brasileiro terminou em quarto imagem: Ricardo Bufolin/CBG

Paula Almeida

Do UOL, em Glasgow (ESC)*

O Mundial de ginástica artística de Glasgow chegou ao final neste domingo com um novo show da norte-americana Simone Biles, mas o Brasil se despediu sem medalhas no campeonato. Arthur Nory, na barra fixa, era a última esperança da delegação verde-amarela e chegou bem perto, mas apesar de se qualificar em terceiro no aparelho, ficou em quarto na final de hoje. Desta maneira, o Brasil passa em branco pela primeira vez desde 2009 e apenas pela segunda vez desde 2002.

Nory, que ainda tem uma série de dificuldade menor do que a dos adversários, tinha a chance de conquistar uma medalha inédita para o país em Mundiais. Até hoje, foram 12 pódios, sendo um deles no individual geral (Jade Barbosa) e outros 11 divididos entre solo, salto e argolas (Daniele Hypolito, Daiane dos Santos, Diego Hypolito cinco vezes, Jade e Arhur Zanetti três vezes). Seria apenas a primeira na barra fixa.

"Eu já sabia que estava difícil essa final, eu tinha que contar com o erro dos outros, e isso é muito ruim. Eu fui pra fazer o meu melhor. Eu estava muito nervoso antes, muito, muito nervoso, e graças a Deus deu tudo certo. Eu sabia que o máximo que eu podia atingir era 15,300, o máximo com uma série perfeita era isso que eu ia conseguir. Para isso, agora tem que trabalhar a dificuldade, aumentar a dificuldade para brigar com todo mundo ali", afirmou Nory após a prova.

Apesar de ficar sem medalhas, o Brasil sai de Glasgow com um de seus dois objetivos alcançados. A equipe masculina ficou em oitavo lugar e garantiu classificação direta e inédita para os Jogos do Rio-2016. Já o time feminino terminou em nono e agora terá que disputar o evento-teste do ano que vem, em abril, para ficar com uma das quatro vagas olímpicas restantes.

Mas não era para os brasileiros que todos os olhos da Hydro Arena estavam voltados neste domingo. Todos queriam ver Simone Biles escrever mais um capítulo na história da ginástica artística, e foi o que ela vez.

Vencendo com sobras as provas de trave e solo, a norte-americana, que já tinha conquistado os títulos por equipes e individual geral, além de um bronze no salto, alcançou 10 ouros e se tornou a maior campeã da história do campeonato, ultrapassando as lendas Svetlana Khorkina (Rússia), Gina Gogan (Romênia) e Larisa Latynina (União Soviética), todas com nove títulos.

E por falar em 10 ouros, quem também chegou a essa marca hoje foi o japonês Kohei Uchimura, campeão agora também na barra fixa.

SALTO MASCULINO (Ri Se-gwang)

A primeira final do dia consagrou dois veteranos. Detentor de nove medalhas mundiais, o romeno Marian Dragulescu, antigo rival de Diego Hypolito, viu pelo menos outros três concorrentes realizarem o salto que ele mesmo colocou no código de pontuação. O romeno de 34 anos ficou com a prata ao alcançar média de 15,400 pontos, mas foi o ginasta mais festejado pelo público. O ouro foi para o agora bicampeão mundial Ri Se-gwang, de 30 anos, que conseguiu apenas 5 centésimos a mais do que Dragulescu. O norte-americano Donell Whitenburg completou o pódio (15,350).

TRAVE FEMININA (Simone Biles)

O primeiro ouro de Simone Biles no dia veio na trave. Sétima a se apresentar, a norte-americana já tinha visto três ginastas caírem (e mais uma sofreu queda depois), mas teve apenas um desequilíbrio durante sua série toda e somou altíssimos 15,358 pontos, sendo a única das oito competidoras a aumentar a nota em relação às eliminatórias. Especialista no aparelho, a holandesa Sanne Wevers levou a prata com 14,333, mais de um ponto atrás de Biles. A grande surpresa foi a alemã Pauline Schafer, que deixou as favoritas Viktoriia Komova (Rússia) e Elsabeth Black (Canadá) para trás e faturou o bronze (14,133).

BARRAS PARALELAS (You Hao)

Os oito competidores das paralelas fizeram neste domingo a final por aparelhos de mais alto nível deste Mundial. Campeão europeu e atual campeão do mundo, o ucraniano Oleg Verniaiev, que já tinha decepcionado na final individual geral ao não ficar sequer no pódio, também não levou o ouro das barras, mas pelo menos ficou com a prata (16,066). O título ficou com o chinês You Hao, que aumentou mais de meio ponto sua nota em relação às eliminatórias(16,066). Dois ginastas empataram com a terceira maior pontuação (15,966) e dividiram o bronze: Oleg Stepko, do Azerbaijão, e Deng Shudi, da China.

SOLO FEMININO (Simone Biles)

Simone Biles fechou sua participação em Glasgow com um show em seu melhor aparelho. Somou 15,800 pontos e não deu nem chance para as outras competidoras do solo, embora tenha sido a melhor final feminina em Glasgow. Maggie Nichols, que é a melhor amiga de Simone, quase conseguiu a dobradinha para os Estados Unidos com seus 15 pontos cravados, mas a veterana russa Kseniia Afanaseva somou um décimo a mais e levou a prata, deixando Nichols com o bronze.

BARRA FIXA (Kohei Uchimura)

A última final do Mundial de Glasgow valia medalha para o Brasil. Arthur Nory se classificou com a melhor nota e tinha chances de pódio, mas com uma prova mais simples do que a dos rivais, apesar de muito bem executada, ficou apenas na quarta colocação (15,166). A medalha de ouro acabou nas mãos do rei japonês Kohei Uchimura, que fez uma série muito boa e conquistou seu terceiro título na Escócia (ganhou equipes e individual geral). O norte-americano Danell Leyva também brilhou em uma apresentação de altíssima dificuldade e levou a prata (15,700). Grande sensação do Mundial, o cubano Manrique Larduet levou o bronze (15,600) e garantiu sua vaga para os Jogos Olímpicos do Rio-2016.

*Atualizada às 16h19

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