! Brasil obtém vaga olímpica inédita na ginástica masculina; Nory faz finais - 26/10/2015 - UOL Olimpíadas

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Brasil obtém vaga olímpica inédita na ginástica masculina; Nory faz finais

Paula Almeida

Do UOL, em Glasgow (ESC)

Demorou, mas o dia chegou. Após décadas enviando às Olimpíadas apenas um representante, o Brasil colocará uma equipe inteira de ginástica artística masculina pela primeira vez em uma edição dos Jogos. E logo em casa, na Rio-2016. A classificação veio nesta segunda-feira, no Mundial de Glasgow, na Escócia, e Arthur Zanetti, Péricles Silva, Caio Souza, Arthur Nory, Lucas Bittencourt, Francisco Barreto e Diego Hypolito (reserva) colocaram seu nome na história.

Depois de se apresentar na primeira subdivisão das eliminatórias, ainda no domingo pela manhã, a seleção brasileira teve um dia e meio de ansiedade para saber se a vaga olímpica direta viria. As quedas sofridas pelos atletas em quatro dos seis aparelhos poderiam comprometer o resultado final, mas nenhum dos rivais diretos além da surpreendente Suíça conseguiu ultrapassar o Brasil, que encerrou a fase classificatória na sétima posição com 349,057 pontos.

Os oito primeiros colocados avançaram à final por equipes do Mundial e se classificaram para a Olimpíada. Além do Brasil, passaram Japão (358,884), China (357,027), Reino Unido (354,417), Rússia (352,692), Estados Unidos (350,332), Suíça (350,127) e Coreia do Sul (346,166).

"Esse é o fruto de um grande trabalho que começou há alguns anos", exaltou Renato Araújo, técnico-chefe da seleção. "É um momento histórico. Classificar uma equipe inteira sempre foi o nosso sonho. Já perseguimos isso há algum tempo. Batemos na trave no último ciclo, pois em Londres tivemos três atletas, mas não a equipe completa. Este é o melhor momento da ginástica artística masculina do Brasil. Nossa classificatória veio de um Mundial com a presença dos melhores ginastas do planeta e isso é muito difícil".

Na briga por um lugar no top 8, o Brasil foi vendo seus principais adversários caírem um a um. No próprio domingo, Alemanha e Coreia do Sul, já ajudaram. Os alemães tiveram atuação desastrosa no cavalo com alças, e os sul-coreanos perderam pontos preciosos na barra fixa.

Nesta segunda-feira, foi a vez de França e Ucrânia também ficarem para trás pela manhã. Ambas as equipes só conseguiram superar o Brasil nas barras paralelas, tendo nota inferior nos outros cinco aparelhos e na soma final. E à tarde e à noite, Holanda e Romênia foram as últimas a caírem. Alemães, franceses, holandeses, ucranianos, espanhóis, canadenses, romenos e bielorrussos ficaram do 9º ao 16º lugar e disputarão no evento-teste do ano que vem, em abril, as últimas quatro vagas.

Além de disputar a decisão por equipes, o Brasil também estará representado em duas finais individuais: Arthur Nory (11º com 88,182 pontos) e Lucas Bittencourt (20º com 86,564 pontos) no geral e Nory na barra fixa, aparelho no qual teve a terceira maior nota das eliminatórias (15,300), só atrás do norte-americano Dannell Leyva e do japonês pentacampeão mundial Kohei Uchimura. A final por equipes será na quarta-feira (28). A individual, na sexta (30). E a barra fixa, no domingo (1º).

"Nosso principal objetivo era classificar a equipe, mas estamos muito felizes por estarmos nessas duas finais. Nunca disputamos uma medalha na barra. Isso, mais uma vez, mostra a evolução da ginástica brasileira", afirmou Renato Araújo. 

A grande frustração foi a ausência de Arthur Zanetti nas argolas. O campeão olímpico somou 15,433 no aparelho e ficou na nona posição. Apenas os oito primeiros avançaram à decisão. Apesar de não brigar por medalhas, Zanetti poderá defender o ouro olímpico de Londres-2012 na Rio-2016 graças à classificação da equipe.

No feminino, a vaga por equipes não veio. As brasileiras ficaram em nono lugar e terão que disputar o evento-teste de abril. Flávia Saraiva e Lorrane Oliveira disputarão a final individual geral na quinta-feira.

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