! Quedas, rigor de árbitros e boa atuação suíça complicam Brasil na ginástica - 25/10/2015 - UOL Olimpíadas

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Quedas, rigor de árbitros e boa atuação suíça complicam Brasil na ginástica

Paula Almeida

Do UOL, em Glasgow (ESC)

Uma combinação ruim entre quedas em quatro de seis aparelhos, rigor dos árbitros e ótima atuação de um rival direto colocou em risco nesta manhã a vaga olímpica direta da equipe masculina de ginástica artística do Brasil. Primeiros a participarem das eliminatórias deste domingo no Mundial de Glasgow, os brasileiros somaram 349,057 pontos e passaram pela subdivisão inicial atrás apenas do Reino Unido (354,417). No entanto, Rússia (352,692) e a rival direta Suíça (350,127) se apresentaram logo em seguida e já ultrapassaram o time verde-amarelo. Depois, foi a vez de os favoritos Japão (358,884) e China (357,027) também passarem.

A nota superou o resultado do ano passado (348,100), mas não alcançou a meta da equipe, que era ficar entre 350 e 351 pontos. Em Glasgow, o objetivo do Brasil é bem claro: ficar entre os oito primeiros colocados, avançar para a final por equipes e, assim, assegurar vaga direta nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Técnicos e ginastas estavam otimistas antes da competição, mas agora a situação está complicada. Caso não consiga a meta inicial, a seleção brasileira precisa ficar entre o 9º e o 16º lugar para se classificar para o evento-teste em abril do ano que vem, o último qualificatório olímpico.

Como já está em sexto e a expectativa é que os Estados Unidos, que ainda não competiram, fiquem nas primeiras colocações, agora o Brasil ocupa uma hipotética sétima colocação e só pode ser ultrapassado por mais uma equipe. O problema é que rivais como França, Ucrânia e Romênia, que competem na segunda-feira, disputam a mesma vaga. A Alemanha, outra adversária, teve problemas no cavalo com alças e ficou atrás da equipe brasileira. A Coreia do Sul também não conseguiu passar.

Na saída da competição, os brasileiros preferiram manter o otimismo, mas lamentaram as falhas e, sobretudo, a atuação da arbitragem. Para técnicos e atletas, os juízes foram muito rigorosos com todos os ginastas, não só os sul-americanos, na primeira subdivisão.

"Pelas contas que a gente faz, sim [dá para classificar]. Claro que a gente não pode ter certeza. Agora é esperar os outros grupos competirem e a gente vai ver como vai ficar a classificação. E vamos ver se os árbitros conseguem manter esse critério até amanhã", comentou Arthur Zanetti. "Foram bastante rigorosos, mas isso não é só para essa competição, já vem de um ano atrás, não só em um aparelho, e sim em todos. Daqui a pouco eles querem que a gente vire um robô e faça tudo perfeito. Mas está tranquilo, a gente faz a nossa parte e pelo menos o Brasil foi bem".

Leonardo Finco, coordenador da seleção masculina, teve discurso semelhante. "Acho que o trabalho foi bom. Eles trabalharam próximo ao melhor que eles podem fazer. Claro que algumas falhas poderiam ter nos dado vantagem ainda maior, mas em termos de objetivo acho que está perto do que a gente planejou", observou. "Acho que a gente está na luta. Claro que tem que ver agora se o critério será mantido, que é o que me preocupa um pouco, mas acho que eles passaram bem".

Principal ginasta generalista do Brasil, Sergio Sasaki, ausente em Glasgow devido a uma cirurgia, fez falta para o time. Suas notas seriam importantes principalmente no salto, no cavalo com alças e nas paralelas, mas o time se virou sem ele. Estreante em Mundiais, Caio Souza teve quedas no cavalo com alças e nas paralelas. O grande destaque foi Arthur Nory, que passou bem por todos os aparelhos, brilhou na barra fixa e no solo e se credenciou para uma vaga na final individual geral. Arthur Zanetti, como esperado, fez grande apresentação nas argolas (veja o vídeo acima), mas caiu no solo. Lucas Bittencourt, que também tem chances de ser finalista do geral, Francisco Barreto, que se destacou nas paralelas e caiu na fixa, e Péricles Silva completaram o time. Diego Hypolito ficou na reserva.

CAVALO COM ALÇAS (56,965)

Principal generalista do país na ausência de Sergio Sasaki, Caio Souza abriu as apresentações do Brasil com um desequilíbrio e queda no cavalo com alças (12,633). O erro, porém, não desanimou os colegas, que vieram com séries bem limpas na sequência e garantiram ao país uma boa soma no primeiro aparelho: (13,800 para Lucas Bitencourt, 14,533 para Arthur Nory, 14,366 para Francisco Barreto e 14,266 para Péricles Silva).

ARGOLAS (58,165)

Emendando os dois aparelhos de maior exigência física, o Brasil partiu para as argolas e diminuiu suas médias com apresentações apenas corretas de Lucas (14,366), Caio (14,333), Nory (14,033) e Francisco (13,200). Campeão olímpico do aparelho, Arthur Zanetti elevou a soma da equipe e foi o único a passar dos 15 pontos, mas não conseguiu obter nota tão alta quando nas últimas competições (15,4333).

SALTO (59,448)

No salto, apesar das acrobacias bem executadas, com algumas aterrisagens cravadas, os brasileiros diminuíram suas notas em relação ao Mundial do ano passado e nenhum deles conseguiu passar dos 15 pontos (14,016 descartados para Francisco, 14,966 para Caio, 14,766 para Lucas, 14,900 para Nory e 14,816 para Zanetti).

BARRAS PARALELAS (58,165)

Péricles Silva abriu o quarto aparelho do Brasil com uma boa nota (14,400), e foi seguido por Nory, que trouxe uma série mais complexa, mas cometeu pequenos erros de execução, obtendo ainda assim uma boa soma (14,533). Lucas fez uma apresentação de poucos riscos (14,266), e Francisco fez a melhor série da equipe no aparelho, chegando perto dos 15 (14,966). Na hora de fechar, porém, Caio novamente teve uma queda, como no cavalo com alças, e viu sua nota ser descartada (14,200).

BARRA FIXA (58,465)

Os brasileiros fizeram na barra fixa sua principal apresentação. Nory, com ótimos 15,300, e Lucas, com 14,866, foram os melhores da equipe. Caio Souza (14,233) e Péricles Silva (14,066) passaram bem pelo aparelho, mas Francisco Barreto, que tinha uma das séries mais difíceis, sofreu uma queda e também teve uma grande falha na aterrissagem que comprometeram sua nota final (12,975, descartada).

SOLO (57,849)

Com o especialista Diego Hypolito na reserva, o Brasil partiu para o solo em busca de séries limpas. Lucas abriu com bons 14,500 pontos, mas Zanetti sofreu uma queda e ficou abaixo dos 14 (13,666, descartada). Caio e Francisco fizeram apresentações seguras (14,466 e 14,000), e Nory teve a melhor nota do time (14,883).

*Atualizada às 20h34

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