Holandesas deixam Brasil sem vaga na ginástica; EUA atropelam até sem som
Paula AlmeidaDo UOL, em São Paulo
A Alemanha não conseguiu na sexta-feira. França e Austrália também não passaram nas sessões matutinas deste sábado. Mas a Holanda acabou com o sonho da vaga olímpica direta para o Brasil na tarde de hoje no Mundial de ginástica artística em Glasgow. Com apresentações bastante consistentes em todos os aparelhos , sobretudo nas barras assimétricas e no solo, as europeias somaram 222,354 pontos e derrubaram, junto com os Estados Unidos, o Brasil para a nona colocação, fora da zona de classificação para a final e para a Rio-2016.
Apenas os oito primeiros times da fase classificatória avançam para a decisão e carimbam passaporte olímpico sem precisar passar por outro qualificatório. Agora, o Brasil terá que conseguir sua vaga na chance final, no evento-teste em abril do ano que vem, no Rio. Os times colocados entre o 9º e o 16º lugar em Glasgow disputarão os quatro boletos restantes.
No resultado final, pesou contra o Brasil a má performance nas barras assimétricas. No aparelho, a equipe obteve a nona pior nota entre as 24 equipes que se apresentaram. As ótimas atuações na trave, no solo e no salto permitiram à seleção brasileira ficar à frente de concorrentes como França, Alemanha e até da poderosa Romênia, mas não foram suficientes para superar a regularidade dos rivais diretos Canadá e Holanda.
Apesar de a classificação não ter vindo no Mundial, a equipe brasileira saiu bastante satisfeita das eliminatórias. E o time realmente tem o que comemorar. Mostrou grande evolução em relação ao Mundial passado e ainda viu as novatas Flávia Saraiva e Lorrane Oliveira, mesmo estreantes em uma competição deste porte, apresentarem-se com regularidade e praticamente assegurarem vagas na final individual geral.
Campeãs olímpica e mundial comandam massacre dos EUA
A arena SSE Hydro não estava completamente lotada na tarde deste sábado. Independentemente da nacionalidade, todos estavam lá para ver uma seleção feminina no Mundial de ginástica artística em Glasgow: os Estados Unidos. E as americanas não decepcionaram.
Liderada pela bicampeã mundial Simone Biles e pela campeã olímpica Gabby Douglas, a equipe americana somou a incrível pontuação de 236.611, quase cinco pontos a mais do que a Rússia, segunda colocada. Era só a qualificatória, mas a conquista do título na próxima terça-feira só não vem se ocorrer uma catástrofe no ginásio escocês.
O show norte-americano começou no solo. Gabby pôs a arena para dançar com uma coreografia ao som de Shakira. Em seguida, a organização errou a música de Brenna Dowell, e após esperar pelo som correto que não veio, a ginasta não hesitou: fez sua série no silêncio. Ou melhor, embalada pelas palmas de todo o público. Maggie Nichols e Aly Raisman vieram com excelentes performances, e foi aí que Simone Biles mostrou que o terceiro e histórico título consecutivo será questão de tempo. Misturando dance music e ritmos latinos, a atleta de 18 anos cravou 15,966 pontos, a nota mais alta do Mundial até então.
Até então porque a própria Biles cravaria 16 pontos em sua apresentação seguinte, no salto, com direito a 9,700 de execução (e 6,300 de dificuldade). Os Estados Unidos finalizariam o aparelho com 62,099 pontos, a maior soma das eliminatórias.
Nas barras assimétricas, grande tormento das seleções neste Mundial, o time americano teve suas maiores falhas, com as quedas de Aly Raisman e Brenna Dowell. Mas Gabby e Simone mantiveram o nível de excelência. Na trave, foi a vez de Gabby cair, mas nada suficiente para impedi-la de avançar à final do individual geral e de colocar os Estados Unidos no topo do mundo.