Ela é atleta, mas canta, compõe e um dia quer trocar o golfe pelos palcos
Gustavo FranceschiniDo UOL, em São Paulo
Victoria Alimonda Lovelady é golfista profissional e sonha com um lugar nos Jogos Olímpicos de 2016. Se mantiver o posto de melhor brasileira do ranking mundial que hoje é dela, conseguirá atingir seu sonho como atleta. Quando a vontade de jogar diminuir, pode ser a hora de atingir um novo objetivo. Ligada à música desde criança, ela toca violão, canta, compõe e tem vontade de trocar os tacos e as bolinhas pelos microfones e os palcos.
“Meu sonho é, depois que acabar minha carreira como golfista, seguir com a música. Tenho vontade de gravar um cd, fazer showzinhos para os meus amigos. É legal você passar uma energia. Não está escrito em pedra, mas é um dos meus sonhos”, disse Victoria, em entrevista ao UOL Esporte.
A golfista conta que aprendeu a tocar piano aos sete anos, influenciada pela família do pai, tradicional na música clássica carioca. Depois que adotou o violão aos 12 ela nunca mais parou. Quando viajou à Califórnia, quatro anos mais tarde, para começar a vida de golfista, o instrumento foi junto.
“Eu tinha uma banda com uns amigos. Era bem amador, tocava uma vez por semana. E um desses meus amigos me levou para gravar num estúdio. Gravei umas dez músicas na época. Só que aí era o golfe ou a música. E a música virou um hobby”, disse Victoria, que é fã de bossa nova e MPB e tem 25 músicas compostas.
Hoje, no entanto, a prioridade é o golfe. De olho no Rio, ela gira o mundo atrás de pontos no ranking. Casada há cinco anos com um americano que vive na Colômbia (e a emprestou o curioso sobrenome “Lovelady”), ela está baseada na Alemanha e viaja a maior parte do ano seguindo os campeonatos.
Victoria precisa ser a melhor brasileira do planeta até julho do ano que vem para garantir lugar na disputa dos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro, quando o golfe voltará ao programa olímpico pela primeira vez desde 1904. A disputa com a paranaense Miriam Nagl tem sido dura, mas nas horas vagas ela consegue soltar a voz.
Há duas semanas, em Xiamen, na China, ela foi convidada pela organização a dar uma palhinha em um evento do torneio. Cantou a sua preferida, “Garota de Ipanema”, que você também vê em uma versão exclusiva para o UOL Esporte no topo da página.
“Foi engraçado porque ninguém sabia que eu cantava. Para mim também foi um ambiente diferente. É a primeira vez que eu canto para as jogadoras do tour. Tem a coisa da competição, eu estava um pouquinho nervosa, mas o feedback foi super positivo. Para o tour é muito importante. Se o patrocinador está feliz, vendo que a jogadora está dando seu tempo e prestigiando, é legal”, disse Victoria.