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Bicampeãs olímpicas desabafam contra ranking do vôlei: "indignação"

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Jaque, Thaísa e Sheilla prostetaram pela web imagem: Reprodução/

Do UOL, em São Paulo

Sheilla, Jaqueline, Fabiana e Thaísa, bicampeãs olímpicas de vôlei e duas das principais jogadoras da seleção brasileira, usaram suas páginas nas redes sociais para desabafar contra o ranking no vôlei. Elas divulgaram uma reclamação e falaram em “indignação e raiva” pela existência do ranqueamento das atletas.

“Indignação, raiva. Resolvi começar com essas palavras porque estes são os sentimentos que nos movem neste momento. É lamentável a indiferença que alguns clubes brasileiros tratam os atletas e para piorar a situação ainda somos obrigadas a conviver com a questão do ranking, que já não era para existir faz tempo, devido à falta de verba da maioria dos clubes do nosso país. Estamos perdendo uma grande atleta, a Elisangela que por tantos e tantos anos defendeu brilhantemente a camisa da Seleção Brasileira, por causa deste ranking. Lili está sendo obrigada a antecipar sua aposentadoria. Sabe o que é mais triste? Ela fez uma carta solicitando aos clubes para baixarem em um ponto o seu ranqueamento, para se encaixar no elenco de Osasco que se comprometeu a ficar com ela. E três deles se negaram. O que vai acontecer? Provavelmente o voleibol vai perder uma craque de bola precocemente pela falta de respeito com a nossa classe. Lamentável”, disse Sheilla.

"Só pra lembrar somos nós atletas que damos o 'show'... Sem os atletas não teria o time, patrocínio e campeonato. Então pensem mais nos atletas e menos em ‘clube’, regras, achismo ... Pensar apenas em benefício ‘próprio’”, completou Thaísa.

Elisangela está com 36 anos e disputa o Campeonato Paulista pelo Osasco. No entanto, ela não poderá ficar para a disputa da Superliga, pois a equipe paulista já tem os 43 pontos que permite o regulamento.

Para que ela pudesse continuar no clube e se aposentar em Osasco, ela teria de conseguir a diminuição de sua pontuação, de um para zero. Só que ao fazer o pedido para os clubes da Superliga, sua situação não foi aceita por todos, e a redução só poderia ser posta em prática por unanimidade entre as equipes.

Com isso, a atleta vive um impasse. Se não conseguir a redução, ela teria de deixar o país ou se aposentar.

Jaqueline já viveu uma situação semelhante com a de Eilsangela em 2014. Após nascimento do seu filho, ela correu risco de ficar sem clube no Brasil e cogitou ficar um ano parada para não ter de viver longe do garoto e de Murilo.

“Passei por isso e não gostaria que ninguém mais passasse! Principalmente uma jogadora que já fez tanto pela nossa seleção e pelo vôlei brasileiro”, falou Jaqueline.

Quem também falou sobre o assunto foi Fabiana, capitã da seleção brasileira.

“Hoje resolvi falar sobre uma questão que há tempos vem me incomodando. Essa questão de ranking da CBV, precisa ser repensada. Um dos casos é com a nossa querida Elisangela, que após Paulista, vai se ver sem equipe pra jogar! A Lili, tem uma questão muito simples de resolver, mas a CBV e alguns clubes não me parecem dispostos a dialogar e serem sensatos. A atleta tem 37 anos, não seria de forma alguma uma ameaça a quem quer que seja. O Osasco, já se propôs a ficar com ela, mas alguns clubes não querem ser razoáveis. Isso que está acontecendo é um absurdo! Ela é uma jogadora que serviu a seleção por muito tempo e merece respeito por tudo que abriu mão na vida pelo país. Assim, ela vai ser obrigada a encerrar a carreira. Nós atletas, deveríamos saber a hora de parar e não sermos obrigados por forças externas a sermos aposentados! Essa situação é lamentável e inaceitável! Precisamos fazer alguma coisa. Os atletas precisam ter mais voz ativa nas decisões, afinal, nós somos as estrelas da companhia! Merecemos mais respeito! Isso precisa mudar! E não estou sozinha nesse pensamento. Nenhum atleta merece ser encostado à força por ninguém! O que será de nós daqui a um tempo? Serei obrigada a parar? Os anos que me dediquei à seleção e clubes não me servem de nada? Não há no Brasil respeito pelos atletas, enquanto servimos, ótimo! Depois, a memória encurta”, afirmou.

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