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Atuação sofrível na barra complica Romênia no Mundial e pode ajudar Brasil

Paula Almeida

Do UOL, em Glasgow (ESC)*

Havia um motivo bem relevante para o público acordar cedo e lotar a arena Hydro já na primeira sessão qualificatória do Mundial de ginástica artística que começou nesta sexta-feira, em Glasgow (Escócia): a apresentação da Romênia. Mas o desempenho sofrível nas barras assimétricas, antiga especialidade do país, pode complicar as pretensões da equipe.

Após fazer apresentações satisfatórias no solo e subir as notas com bons voos no salto, as romenas partiram para as barras e se atrapalharam. Das quatro ginastas que se apresentaram, três caíram e uma se desequilibrou. Com isso, o resultado catastrófico se confirmou: apenas 49,133 pontos no aparelho, uma média baixa.

Na trave, o conjunto se reabilitou, mas a soma final de 217,220 pontos ficou abaixo até dos 219,261 que a Romênia fez nas eliminatórias do Mundial do ano passado, na China, quando a equipe se classificou para a final apenas na sétima e penúltima posição.

Para dar uma medida da atuação ruim, até o Canadá, que é uma seleção em ascensão, mas não está entre as potências do esporte, conseguiu uma nota maior: 222,780 pontos. O Japão, já com mais tradição, fez grandes apresentações nas barras e no solo e assegurou a liderança parcial com 223,863 pontos na primeira metade do dia.

Paula Almeida/UOL
Romenas choram após apresentação nas eliminatórias do Mundial imagem: Paula Almeida/UOL
Com a certeza de que EUA, Rússia e China são as melhores seleções do campeonato, a Romênia torce agora para não ser ultrapassada por seleções de menor expressão como Austrália, Alemanha e até o Brasil, que pode se dar bem se fizer uma boa prova ainda nesta sexta, às 13h30 (horário de Brasília). As oito melhores equipes avançam à final e se classificam diretamente para os Jogos do Rio-2016. Quem ficar entre o 9º e o 16º lugar disputará o evento-teste em abril do ano que vem, último qualificatório olímpico.

Para piorar, a principal ginasta do país, Larissa Iordache, teve quedas na trave e nas assimétricas e terminou sua participação com 55,698 pontos, o que deve levá-la para a final individual geral, mas talvez não seja suficiente para colocá-la nas decisões por aparelhos.

Na passagem pela zona mista, área em que concedem entrevistas aos jornalistas, as romenas estavam inconsoláveis. Falaram apenas com uma televisão do próprio país e, à medida que respondiam às perguntas, caíam no choro. Iordache era a mais desapontada, demonstrando estar descrente com a classificação da equipe.

Iordache e Diana Bulimar são os principais nomes da Romênia em Glasgow, mas a seleção europeia ficou desfalcada de última hora de sua veterana estrela, Catalina Ponor. A campeã olímpica, que havia se aposentado após os Jogos de Londres-2012, voltou a treinar no início deste ano e fez boas apresentações em treinos amistosos, sendo convocada para o Mundial. Entretanto, sofreu uma lesão e não se recuperou a tempo de participar do campeonato. O retorno de Ponor era pretendido pela comissão técnica justamente para resolver o problema causado pela falta de experiência das ginastas do time.

Ainda na primeira sessão desta sexta, a Espanha, adversária direta do Brasil, contou com uma barulhenta torcida e somou 210,094 pontos, menos do que elas mesmas e o Brasil fizeram no Mundial de 2014. Suécia e Áustria completaram a primeira metade do dia com 206,262 e 201,793 pontos, respectivamente.

*Atualizada às 12h31

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