Plano E: Por que Brasil sub-23 pega apenas a 119ª melhor seleção do mundo
Um mês depois de viajar à Europa e enfrentar a França, uma das melhores seleções do planeta, a seleção brasileira sub-23 se reapresentou nesta semana em Manaus para jogar contra adversários bem mais modestos. Os rivais são, a rigor, o plano E da CBF para esta Data Fifa.
Na próxima sexta-feira, o Brasil pega o time principal da República Dominicana (119ª posição no ranking da entidade). Já na segunda, o adversário é aparentemente ainda mais frágil: Haiti, a 77ª seleção na mesma lista. Ambos os jogos ocorrem na Arena Amazônia, uma das sedes do futebol nos Jogos Olímpicos 2016. Mas não eram, nem de longe, as prioridades da CBF para o calendário de outubro.
Primeiro, seleções europeias foram descartadas porque desta vez têm compromisso pela fase eliminatória do Europeu sub-21. Depois, as equipes da Concacaf também não estavam disponíveis porque disputam o torneio Pré-Olímpico. Ainda houve consultas à Colômbia, que disputa repescagem por uma vaga na Rio-2016, e à Argentina, cujo time sub-23 tem comando de Gerardo Martino com a equipe adulta e também não tem calendário fixo. Restaram, então, Haiti e República Dominicana.
Embora a equipe brasileira seja comandada por Rogério Micale, toda a convocação foi feita por Dunga - com participação do próprio Micale. Como os dois adversários de outubro levam equipes adultas a Manaus, a comissão técnica quer observar como jogadores mais jovens se saem contra os mais velhos. Um deles, em especial, é Gabriel Jesus.
O atacante palmeirense é o mais jovem de toda a lista de convocados, o único nascido em 1997. Dunga, que estará com a seleção principal nas Eliminatórias da Copa do Mundo, quer também observar a desenvoltura de Gabriel contra jogadores bem mais velhos com a camisa do Brasil. Ele foi um dos destaques do vice-campeonato mundial sub-20 recente e cresceu de produção no Brasileirão.
Recentemente, Dunga esteve com o diretor Gilmar Rinaldi no Maracanã e gostou do que viu de Gabriel Jesus em Palmeiras 4 x 1 Fluminense. Não só do desempenho em si, mas também da forma como se movimentou, buscou os espaços e ajudou defensivamente.
Na segunda convocação desde que Alexandre Gallo foi demitido, a intenção da CBF ainda é de observar o maior número de jogadores possíveis. Por isso, praticamente metade do elenco foi substituído em um mês. Nomes como o lateral direito Maicon, do Livorno-ITA, e o zagueiro Rodrigo Ely, do Milan-ITA, por exemplo, ainda não são 100% familiares à Micale e Dunga. Outra ideia era ver o santista Zeca, que é destro, na lateral direita. Por lesão, entretanto, ele acabou cortado.