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Atualizada em 22.09.2015 17h20

Rio-2016 planeja abertura barata por causa da crise econômica

AP Photo/Julio Cortez
Abertura das Olimpíadas de Inverno de Sochi foi bastante glamourosa imagem: AP Photo/Julio Cortez

Rodrigo Mattos e Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

Criatividade. Em tempos de crise nacional, essa é a palavra-chave para a realização da cerimônia da abertura da Olimpíada de 2016. O maior evento dos Jogos Olímpicos está na sua fase final de planejamento. E, segundo os diretores criativos da festa, deve custar bem menos que em Olimpíadas anteriores justamente por causa do momento de austeridade pelo qual passa o Brasil.

"Não faz sentido fazer um estardalhaço num país que não tem nem saneamento", afirmou Fernando Meirelles, um responsáveis pelas cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. "Não vamos esbanjar."

Meirelles trabalha no planejamento das festas junto com Andrucha Waddington, Daniela Thomas, Rosa Magalhães e Abel Gomes. Todos eles encontram-se com jornalistas nesta terça-feira (22) para, pela primeira vez, falarem um pouco sobre a missão olímpica que receberam.

Meirelles não quis revelar o orçamento das festas olímpicas. Chegou a dizer que a cerimônia de abertura da Olimpíada do Rio custaria dez vezes menos do que a de Londres, em 2012. A comparação de valores, porém, não foi confirmada pelo Comitê Organizador dos Jogos Rio-2016, órgão que arcará com os custos da festa.

O diretor de Cerimônias do comitê, Leonardo Caetano, só ratificou que a economia de recursos é um dos objetivos das festas olímpicas. Caetano ressaltou que, contudo, que isso não deve reduzir o impacto das cerimônias no público presente no Maracanã e nas mais de 3 bilhões de pessoas assistirão aos eventos pela TV.

"Não vamos ter luxo, mas vamos ter originalidade", disse ele. "Vamos gastar menos, mas vamos compensar com criatividade, ritmo e emoção."

Maracanã é obstáculo

O diretor do Comitê Rio-2016 disse que a realização das festas dentro do Maracanã também é um desafio. O órgão chegou a solicitar ao governo uma nova reforma no estádio para que ele pudesse acomodar melhorar as festas olímpicas. Levando em conta o custo dessa obra, o pedido foi negado. Isso exigiu um planejamento ainda mais criterioso das cerimônias.

“Nosso palco é menor. O Maracanã é extremamente limitante”, complementou Meirelles. “Existem poucas portas de acesso; as cadeiras são baixas e a visão pode ficar prejudicada; ainda não podemos elevar o piso pois debaixo existe o gramado que será usado no futebol.”

Em busca de voluntários

Os ensaios para as cerimônias devem começar em fevereiro. Cerca de 12 mil voluntários devem participar das quatro festas: abertura e encerramento da Olimpíada, e abertura e encerramento da Paraolimpíada. Essas pessoas ainda estão sendo selecionadas pelo Comitê Rio-2016.

Interessados podem se inscrever até o dia 30 de setembro por meio do site http://www.rio2016.com/elencodecerimonias. Não é preciso ser dançarino ou artista profissional para participar das festas. Basta dançar, atuar ou ter alguma habilidade buscada pelo órgão.

No dia 7 de novembro, o Comitê Rio-2016 inicia as audições para, depois, fechar o elenco de participantes. “Vai ser uma experiência única. Maior do que desfilar na escola campeã do carnaval”, disse Daniela Thomas, convocando candidatos.

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