Brasil define duplas de vôlei de praia e deixa campeões olímpicos de fora

Guilherme Costa
Do UOL, no Rio de Janeiro
Paulo Frank/CBV
Ricardo e Emanuel retomaram a parceria em agosto de 2014 de olho em vaga nos Jogos

A CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) havia estabelecido janeiro de 2016 como data para o anúncio das duas duplas que ainda precisava indicar para o vôlei de praia das Olimpíadas do Rio de Janeiro – o país-sede tem direito a dois conjuntos femininos e dois masculinos, e Larissa/Talita e Alison/Bruno Schmidt já haviam sido confirmados. No entanto, esse cronograma mudou. Na quarta-feira (16), em evento marcado para o Rio de Janeiro, Ágatha/Bárbara e Evandro/Pedro Solberg serão ratificados como representantes do Brasil nos Jogos.

Com a decisão, a dupla campeã olímpica Ricardo/Emanuel ficará fora dos Jogos. Ouro em Atenas-2004 e pentacampeões do circuito mundial entre 2003 e 2007, eles retomaram a parceria em agosto de 2014 de olho em uma vaga na Olimpíada.

Emanuel, inclusive, esteve em todas as participações do vôlei de praia nos Jogos Olímpicos – a modalidade foi inserida no programa em Atlanta-1996 – e foi garoto-propaganda da candidatura do Rio de Janeiro para receber o evento de 2016. Em toda a temporada 2015, porém, ele e Ricardo não brigaram por medalha em nenhuma etapa do circuito.

A antecipação da escolha deve-se a um desejo da CBV de agilizar a definição do planejamento do vôlei de praia para os Jogos Olímpicos de 2016. A entidade não confirma oficialmente os nomes de Ágatha/Bárbara e de Evandro/Pedro Solberg, mas atletas já dão como certa a indicação.

Ágatha/Bárbara, atuais campeãs mundiais, são as líderes do ranking feminino da FIVB (Federação Internacional de Voleibol, na sigla em inglês) em 2015. O conjunto formado por Evandro e Pedro Solberg ocupa a segunda posição na lista masculina e obteve a medalha de bronze no Mundial disputado neste ano. Ambos serão debutantes em Jogos Olímpicos.

Contudo, o desempenho recente não foi o único critério usado pela CBV para eleger as duas duplas. A entidade decidiu indicar os conjuntos que ela considerasse mais prontos para disputar medalhas nos Jogos Olímpicos de 2016, e esse conceito incluiu aspectos como desempenho contra favoritos de outros países, planejamento de treinos da equipe e até comportamento.

Esse critério menos objetivo chegou a preocupar os atletas indicados, sobretudo no masculino. Isto porque havia o temor de que o histórico de Ricardo/Emanuel pesasse a favor da dupla veterana na decisão da CBV.