Você sabe quem é o atleta olímpico favorito do brasileiro fã de esporte?

Gustavo Franceschini
Do UOL, em São Paulo
Arte/UOL
Giba, Arthur Zanetti, e Maurren Maggi eram algumas das opções, mas Cielo venceu

Cesar Cielo. Foi o que responderam 26% das pessoas entrevistadas diante da questão do título. Ouro nos 50 m livre em 2008 e dono de três medalhas na carreira, ele bateu ídolos do passo e do presente em uma pesquisa que se propôs a avaliar os gostos e os hábitos de consumo do brasileiro que é fã das Olimpíadas.

Mesmo em baixa, ele é o mais lembrado tanto por homens (29%) quanto por mulheres (24%), batendo Bernardinho (9%), Giba e Oscar Schmidt (8% para cada). Estrelas da última campanha olímpica do Brasil, os campeões de 2012, Arthur Zanetti e Sarah Menezes, receberam só 65 votos entre 1006 possíveis de uma pesquisa online realizada pela agência de marketing esportivo Octagon.

A questão sobre o atleta olímpico favorito tinha, ao todo 29 alternativas possíveis, entre estrelas do passado como Gustavo Kuerten e Aurélio Miguel a ícones do presente, como a jogadora Sheila, bicampeã olímpica de vôlei. De todos, só Cielo passou a marca de 10% dos votos.

O objetivo da pesquisa era aferir detalhes sobre o brasileiro que é fã das Olimpíadas. Segundo Manoel Ferreira, gerente de estratégia da agência e um dos responsáveis pelo projeto, foi estabelecida uma nota de corte para que o interessado pudesse responder ao questionário virtual.

“O principal filtro é se o cara é fã ou não dos Jogos Olímpicos. Se de 0 a 10, ele é abaixo de sete, ele está descartado. A gente só selecionou pessoas que são muito fãs”, disse Manoel Ferreira em entrevista ao UOL Esporte.

A pesquisa ainda mostrou outras preferências do público, como mostram os tópicos a seguir:

Futebol e ginástica são os esportes favoritos
A escolha foi limitada a apenas seis opções, mas o esporte vice-líder na preferência do público surpreende. Entre todos os entrevistados, 24% escolheram a ginástica artística como a modalidade favorita nos Jogos Olímpicos, número só inferior ao do futebol, primeiro colocado com 33% dos votos.

A ginástica tem especial representatividade entre as mulheres. Nada menos que 38% das entrevistadas apontou a modalidade de Daiane dos Santos, Diego Hypolito e Arthur Zanetti como a favorita, à frente de futebol (18%) e vôlei (28%) neste nicho. O vôlei, aliás, foi a terceira força na pesquisa, com 20% de todos os votos e o segundo lugar entre os homens.

Além do trio de “elite”, atletismo (11%), natação (8%), basquete (2%) e tênis (8%) também estavam na pesquisa, além de uma opção de “outros”, que também somou 1%.

Brasileiro é movido pela vontade de consumir; EUA e China pelo patriotismo
Um dos objetivos da pesquisa era entender o que fazia o fã a gostar dos Jogos Olímpicos. Para isso, o questionário tinha cerca de 30 perguntas sobre diferentes assuntos que identificavam os “fatores” que moviam o entrevistado.

Esses “fatores” são pré-determinados pela própria agência, que faz pesquisas deste tipo há anos e identificou os 12 principais motivos pelos quais alguém é fã de um evento esportivo. Entre esses motivos estão coisas como o senso de pertencimento, a nostalgia e o histórico como atleta, entre outros.

No caso do brasileiro, o fator preponderante é a vontade de consumir tudo relacionado aos Jogos. Segundo Manoel Ferreira, gerente de estratégia da Octagon e responsável pela pesquisa, esse desejo tem a ver com o fato de o país estar prestes a receber a competição.

“Nós fizemos essa pesquisa em 2010. Os maiores fatores na época eram a socialização, o amor aos Jogos e o senso de pertencimento. Agora, com a proximidade, mudou um pouco. Agora é o consumo total. É poder que os Jogos têm de manter o cara muito antenado. Eles planejam acompanhar todas as provas possíveis”, disse Ferreira, citando que a China, em 2008, e a Coreia do Sul, por conta dos Jogos de Inverno em PyeongChang, em 2018, passaram pela mesma mudança.

Além desse senso consumista, o brasileiro se guia pela afinidade com os atletas e a nostalgia. É um perfil diferente de potências do esporte. Nos EUA e na China, por exemplo, o orgulho do time nacional é um fator muito mais forte que no Brasil.

Brasileiros “amam ou odeiam” o legado dos Jogos
Em uma parte da pesquisa, os entrevistados foram apresentados a cinco afirmações relacionadas à organização da Rio 2016 e o legado que a competição deixará à cidade e ao país. O resultado mostra uma espécie de FlaxFlu.

Cerca de 44% das pessoas “concordaram totalmente” com a afirmação “Acredito que sediar os Jogos Olímpicos é importante para a imagem do Rio de Janeiro e do Brasil no exterior”. Por outro lado, 34% dos entrevistados “discordaram totalmente” da afirmação – só 22% ficaram em um “meio-termo”, escolhendo “discordo parcialmente”, “concordo parcialmente” ou “neutro”.

O mesmo cenário se repete nas outras afirmações. Quase a metade dos entrevistados (48%) disse “concordar totalmente” com a frase “Sinto-me orgulhoso de que o Brasil irá sediar um dos maiores eventos esportivos mundiais pela primeira vez”, contra 31% que “discordaram totalmente”. De novo, o meio-termo foi minoria, com 21% entre “discordo parcialmente”, “concordo parcialmente” ou “neutro.