Rio-2016 pede à OMS laudo sobre qualidade de água da Baía de Guanabara
Fábio Aleixo e Vinicius SegallaDo UOL, em São Paulo
O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio-2016 pediu à Organização Mundial da Saúde (OMS) que emita um laudo sobre a qualidade da água da Baía de Guanabara para decidir se irá ou não fazer teste para verificar a existência de vírus na raia que receberá as disputas do ano que vem.
No fim de julho, um estudo encomendado pela agência de notícias Associated Press junto à Universidade Feevale, de Novo Hamburgo (RS), encontrou níveis perigosamente altos de vírus e bactérias de esgoto humano em locais de competições.
"Pedimos à Organização Mundial de Saúde que emita um laudo para vermos se é necessário ou não (exame de vírus). É um debate que existe. A posição do COI (Comitê Olímpico Internacional) é que só depois disso se dará um posição oficial. Acredito que dentro de duas semanas teremos este relatório", disse Sidney Levy, diretor geral do Comitê Organizador Rio-2016, durante o 5º Fórum Nacional do Esporte, em São Paulo.
Levy também reconheceu que ter a Baía nas condições ideais é algo impossível até 2016.
"Traçou-se uma meta ambiciosa de se despoluir a baía, e isso não acontecerá. É uma oportunidade perdida. É uma pena", disse Levy em palestra a empresários
"Antes, apenas 17% do esgoto era tratado, hoje já é 50%, mas não chegou aos 80% (que foram prometidos). Acho que esta cobrança que está havendo de todos os setores é muito positiva. Está claro que é uma questão muito importante para o povo. Um dia vamos limpar a Baía", afirmou depois em conversa com jornalistas.
O dirigente afirmou ainda que as conversas com a federação Internacional de Vela (Isaf, na sigla em inglês) são constantes para se encontrar as melhores condições para a disputa olímpica. Em agosto, após o evento-teste, Peter Sowrey, diretor-executivo da Isaf, afirmou que não estava satisfeito com o que tinha visto no Rio.
"Se não conseguirmos deixar a água no nível desejado, vamos mover a competição para fora da Baía, com certeza. Como federação, não estamos satisfeitos com os relatos que temos recebido", disse em entrevista à Associated Press.
"O Comitê trabalha com a Federação e sempre estuda as melhores possibilidades. Mas acreditamos que não vai mudar (o local de competição). Os dois eventos-testes que fizemos foram bem-sucedidos. As competições aconteceram, os resultados foram apurados. A Federação vai levar isso em consideração", disse Levy.