Campeão olímpico de atletismo admite já ter usado substâncias proibidas
O britânico Mo Farah, dono de duas medalhas de ouro olímpicas no atletismo, admitiu nesta quarta-feira ter feito uso substâncias banidas do esporte. No entanto, segundo Farah, as substâncias foram usadas antes de serem incluídas na lista da Agência Mundial Antidoping (Wada).
A confissão foi feita em entrevista à emissora britânica ITV. Em agosto de 2003, durante competição na Somália, Farah experimentou um planta chamada khat que continha catina (conhecida também como d-norpseudoefedrina) e catinona (ou benzoiletanamina). As duas drogas têm estruturas químicas semelhantes às anfetaminas e foram banidas no início de 2004.
“Eu quis experimentar. É uma planta natural, é diferente. Você masca e sente como se tivesse tomado dez xícaras de café ou chá”, disse Farah, vencedor dos 5000 m e dos 10000 m nos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres.
O khat é uma planta presente na região do Chifre da África e na Península Arábica e é rica nas substâncias dopantes. A venda do khat é proibida no Reino Unido desde junho de 2014. sob pena de multa e detenção.
Farah, porém, assegurou que o uso da planta não trouxe a ele nenhum benefício. “Você pensa muito e planeja muito. Nada acontece de verdade, mas você vai para casa e não consegue dormir. É maluco, tudo está bem quando você está fazendo, mas nada acontece no dia seguinte. Foi uma perda de tempo", afirmou.
Ao jornal Daily Mirror, um porta-voz do atleta reiterou a informação. “Naquela ocasião”, disse, “nenhum regulamento foi violado”. A Wada confirmou a posição e alegou que “o khat não constava na lista de substâncias proibidas em 2003”.
Em junho de 2015, o técnico de Mo Farah, Alberto Salazar, foi acusado de violar o regulamento antidoping da Wada em 2002. O atléta britânico, que ainda tem cinco medalhas de ouro e uma de prata em Mundiais de atletismo, negou qualquer envolvimento com o caso.