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Excesso de algas faz atletas reprovarem água em teste da canoagem para 2016

VANDERLEI ALMEIDA / AFP

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

Não foi pela sujeira ou pelo mau cheiro, mas atletas que participaram nesta sexta-feira (04) do evento-teste da canoagem para os Jogos Olímpicos de 2016 reprovaram as condições da água da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro (RJ). O principal motivo para isso foi a grande quantidade de algas que eles encontraram no local.

"A água tem muitas algas, e isso prejudica um pouco a pista. Essas algas grudam no leme ou na frente do barco, e o barco vai perdendo velocidade", explicou o brasileiro Celso Dias, quarto colocado na eliminatória da categoria K1 1000.

"Quem tiver mais sorte vai ter um resultado melhor aqui no evento-teste. Basta apanhar um pouco mais de algas no leme ou na frente para perder muita velocidade, e isso não depende do atleta", corroborou o português Fernando Pimenta, líder da prova.

O poder público local fez um trabalho para eliminar as algas da Lagoa Rodrigo de Freitas antes do evento-teste da canoagem. Segundo os atletas, não havia tantos organismos no percurso, mas os que estavam nas laterais se soltavam e acabavam se movimentando até grudar nos barcos.

"Existem barcos fazendo a coleta, e os atletas realmente têm sentido isso, mas é um evento-teste. A gente tem feito algo para amenizar essa situação, que é atípica para essa época, mas no ano que vem a gente vai estar com o lago perfeito", disse o ex-canoísta Sebastian Quatrin, responsável pela modalidade no comitê organizador dos Jogos Olímpicos Rio-2016.

O que Quatrin chama de "situação atípica" é o clima do Rio de Janeiro em 2015. De acordo com ele, o inverno deste ano foi especialmente quente, o que contribuiu para acelerar o crescimento das algas.

"Para nós é uma ocorrência comum. A alga cresce muito rapidamente – algo que pode chegar a três metros em um dia –, e o que aconteceu aqui é que as algas do espaço de competição foram cortadas, mas as da região foram na direção do percurso. Alguns dos barcos foram atingidos, mas isso não vai acontecer nos Jogos Olímpicos. Teremos mais tempo de preparação e conseguiremos limpar a Lagoa muito melhor. Sabemos que alguns atletas têm experimentado dificuldades aqui, o que é um problema para nós, e vamos tentar limpar melhor isso entre hoje [sexta-feira] e amanhã [sábado]. É um problema, mas eu acredito que vai melhorar nos próximos dias", ponderou Simon Toulson, secretário-geral da ICF (Federação Internacional de Canoagem, na sigla em inglês).

A despeito das previsões otimistas de Quatrin e Toulson, porém, ainda não existe um plano concreto para diminuir a quantidade de algas na Lagoa em 2016. A ideia mais provável é aplicar na água algo que iniba o crescimento desses organismos, mas ainda não é uma iniciativa 100% alinhavada.

Principal razão de reclamação nesta sexta-feira, as algas não foram o único problema encontrado pelos atletas na Lagoa. Eles também criticaram o espaço por causa do excesso de ondas – haverá uma barreira lateral no local durante os Jogos Olímpicos, mas esse aparato ainda não foi instalado.

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