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Diogo Silva virou comentarista de TV, mas ainda não desistiu da Olimpíada

Flávio Florido/UOL
Diogo Silva perdeu o bronze na Olimpíada de Londres após receber um golpe no último segundo de luta imagem: Flávio Florido/UOL

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

Campeão dos Jogos Pan-Americanos em 2007 e semifinalista nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, o lutador de taekwondo Diogo Silva não participou do Pan de Toronto e foi anunciado recentemente como integrante do time de comentaristas da ESPN para a Olimpíada do Rio de Janeiro. Mas engana-se quem pensa que ao assinar contrato com a emissora o atleta abriu mão da briga por uma vaga em 2016. Aos 33 anos, o atleta segue lutando e ocupa a 75ª colocação no ranking mundial na categoria até 68 quilos. É o segundo melhor brasileiro, atrás de Gustavo Almeida, o 43º.

“Sigo lutando e trilhando o meu caminho, fazendo viagens para competir e somar pontos no ranking. Não fui para o Pan porque não concordei com o processo de seleção adotado pela Confederação. Fizeram várias seletivas e os atletas chegaram muito cansados, tanto que tivemos um resultado muito ruim (duas medalhas de bronze). Por não concordar com o processo, preferi ficar fora e focar no meu próprio caminho. Tenho este desejo de competir em uma Olimpíada em casa”, afirmou o lutador, que em Londres perdeu o bronze após receber um golpe do americano Terrence Jennings no último segundo.

Para conseguir a vaga em 2016, Diogo Silva ainda não sabe exatamente o que precisará fazer. A pouco menos de um ano do início da Olimpíada, a Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTkd) ainda não definiu os critérios para escolher os lutadores. Por ser o país-sede, o Brasil tem quatro vagas garantidas (duas no masculino e duas no feminino) e a entidade definirá em qual delas vai indicar atletas.

Outras vagas poderão ser obtidas de acordo com a posição dos lutadores no ranking mundial e o desempenho em Pré-Olímpicos continentais.

“Não sabemos como vai ser o modelo que a Confederação adotará nas categorias na qual escolher a vaga. Mas nos bastidores, escuto que será uma seletiva aberta, na qual poderá participar qualquer lutador que é faixa preta. Seria algo surreal, pois é injusto com os atletas que investem para figurar no ranking mundial e aí enfrentam qualquer um”, disse.

“Se for este o modelo, farei parte da seletiva, mas já deixarei claro que se conseguir a classificação irei para a Olimpíada para participar e não brigar por medalha. A definição será em abril, o que deixará menos de três meses de preparação” disse.

Até mesmo por causa desta incerteza, Diogo aceitou o convite feito pela direção da ESPN há alguns meses para virar comentarista. Ele, porém, avisou a direção do canal que não poderá honrar com seu compromisso se obtiver a vaga. A emissora não colocou nenhum empecilho.

“Já fazia alguns trabalhos com a ESPN e tenho uma proximidade grande com o pessoal lá. No primeiro semestre surgiu esta proposta de trabalhar no canal e veio em um momento bem legal, com os Jogos Olímpicos no Brasil. Quis deixar tudo organizado em caso de não conseguir minha vaga”, contou.

Críticas a Anderson Silva

Diogo Silva criticou mais uma vez a postura de Anderson Silva. Em junho, o lutador de MMA afirmou que iria buscar uma vaga no taekwondo na Olimpíada de 2016 e até deu entrevista coletiva ao lado do presidente da CBTKd, Carlos Fernandes. Porém, algumas semanas depois não entrou mais em contato com a entidade e desistiu da ideia.

“Conheço o mundo da publicidade e marketing esportivo. Ali foi uma jogada de marketing para fugir da questão que estava tendo no UFC (doping). Foi algo genial. Mas é muito inocente da parte de um administrador não ter conhecimento sobre isso e aceitar tal proposta.”

“Tinha certeza que ele (Anderson) não ia participar do processo. Respeito-o por sua trajetória como atleta, mas lai foi marketing. Se o Anderson tivesse a perspectiva de atrelar seu nome para ajudar no crescimento do esporte, eu seria um grande apoiador.”
 

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