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Sacar viagem é o desafio de Murilo para ajudar seleção de vôlei em 2016

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Murilo disputará no Rio de Janeiro a terceira Olimpíada de sua carreira imagem: Getty Images

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

Nome praticamente certo na seleção brasileira de vôlei para a disputa dos Jogos Olímpicos de 2016, Murilo tem bem definido em sua cabeça o que precisa fazer para ser decisivo no Rio: voltar a sacar viagem.

Pode parecer uma tarefa simples para quem acompanha a modalidade ou até mesmo para um leigo, mas despejar toda a sua força no saque tem sido muito difícil para o atleta de 34 anos.

"O objetivo que coloquei depois da Liga (Mundial, em julho) foi voltar a sacar viagem. Chega de sacar flutuante! É um fundamento que está fazendo falta e vai dar confiança para o time. Acredito que depois de tantos problemas estou 100% recuperado do ombro", afirmou Murilo, eleito o melhor jogador do Mundial de Vôlei em 2009.

Os problemas no ombro a que se refere foram um tormento para o ponteiro ao longo deste ciclo olímpico. Desde Londres-2012, passou por duas cirurgias no local. A primeira delas foi em maio de 2013 e o deixou afastado por sete meses. A segunda ocorreu em outubro, logo depois do Mundial do ano passado. O tempo de afastamento foi menor: três meses

“Desde a minha primeira cirurgia venho poupando o ombro, pois me falta confiança e regularidade. Por isso optei por saques mais táticos. Mas chegou o momento que não dá mais para poupar. Já voltei a executar o saque viagem nos treinos do Sesi”, disse o medalhista de prata nas Olimpíadas de Pequim-2008 e Londres-2012.

O saque, em um todo, aliás é o fundamento que mais preocupa o técnico Bernardinho. Foi a sua principal queixa após a queda antes das semifinais da Liga Mundial:

“Saque. Precisamos melhorar nosso saque. É uma questão até cultural: temos de entender que aqui no Brasil os times também devem sacar com mais consistência. É o fundamento em que precisamos trabalhar mais, tanto tecnicamente quanto no emocional.”

Jogador mais experiente da seleção, Murilo está ciente que além do saque precisa voltar a atacar como fazia antes. Ele reconhece que nos últimos rendeu abaixo do que deveria.

“O fundo de quadra (passe) é uma característica minha e isso não vai faltar. Mas tenho de ganhar nos fundamentos que tenho deixado a desejar, como saque e ataque”, afirmou.

Murilo disse também que por causa da idade avançada já começa a sofrer de outros problemas físicos por causa do desgaste acumulado ao longo dos anos.
“O ombro está bem, mas as vezes o joelho incomoda, ou as costas. Com 34 anos não é tão fácil. Tenho de me cuidar mais. Não posso dizer que estou 100% fisicamente”, disse.

O próximo compromisso de Murilo com a seleção brasileira deverá ser o Sul-Americano, que será realizado em Maceió a partir do dia 27 de setembro. O time nacional se encontra no momento fazendo uma gira de amistosos.

“Antes de viajar para esta série de jogos no exterior,  o Bernardo me ligou e pediu para me manter em forma, porque provavelmente vai me chamar. Vai depender dele”, contou.

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