Vídeos

Mundiais de judô e atletismo quebram paradigmas raciais no mesmo dia

AFP PHOTO / JACK GUEZ
A judoca francesa Gévrise Emane no Mundial, em Astana, no Cazaquistão imagem: AFP PHOTO / JACK GUEZ

Do UOL, em São Paulo

Nesta sexta-feira, em Astana, no Cazaquistão, pela primeira vez todas as medalhistas de uma categoria em uma edição do Mundial de Judô eram negras. Quase ao mesmo tempo, uma velocista branca venceu a prova dos 200m rasos em Pequim, na China, primeiro título em 12 anos que não é conquistado por uma corredora negra. Os dois casos são os exemplos mais recentes de como o esporte, aos poucos, vai acabando com as barreiras raciais que muita gente insiste em criar.

No Cazaquistão, o fato foi histórico. Em um esporte criado por japoneses, o Mundial de Judô, disputado desde 1956, nunca tinha tido um pódio inteiro sem atletas brancos. O primeiro foi na categoria médio feminina (até 70kg), com o ouro indo para a francesa Gévrise Emane, a prata para a espanhola Maria Bernabeu e os bronzes para a colombiana Yuri Alvear e a francesa Fanny Posvite.

Esse peso, aliás, é dominado há dez anos por mulheres negras. Gévrise é tricampeã mundial, com dois títulos nos 70kg. Yuri também é tri, com as três conquistas entre as médios. Antes delas, outra francesa, Lucie Decossie, venceu duas vezes. Uma das medalhas brasileiras no Cazaquistão também foi conquistado por uma negra, Erika Miranda, terceira colocada na categoria até 52kg.

No atletismo, aconteceu o contrário. Quando foi dada a largada da prova dos 200m, só duas das oito corredoras eram brancas: Dafne Shippers, da Holanda, e Ivet Lalova-Collio, da Bulgária. Schippers, que trocou o heptatlo pelas provas de velocidade neste ano, venceu e se tornou a terceira mais rápida da história, com o tempo de 21s63 – as duas líderes dessa lista são Florence Griffith-Joyner e Marion Jones, negras. A última branca campeã mundial foi a russa Anastasia Kapachinskaya, em 2002.

Ela já tinha feito o mesmo nos 100m. Na final, Schippers era a única brance entre as finalistas. Ficou em segundo lugar, atrás apenas da jamaicana Shelley-Ann Fraser-Pryce. A última branca a subir ao pódio no mesmo evento foi a grega Ekaterini Thanou, bronze também no Mundial de 2003.

No ano passado, um fato parecido já tinha acontecido na natação: a jamaicana Alia Atkinson venceu os 100m peito no Mundial de piscina curta de Doha e se tornou a primeira mulher negra campeã mundial da natação.
 

Topo