"Vovó do judô" se recupera de derrota dolorida e é bronze no Mundial

Do UOL, em São Paulo

Erika Miranda sofreu uma derrota dolorida na semifinal, com um golpe no segundo final, mas conseguiu se recuperar. Na disputa pelo bronze na categoria até 52 kg, a “Vovó do judô” verde-amarelo superou a italiana Odette Giuffrida e garantiu um lugar no pódio, o primeiro do país na competição em Astana, no Cazaquistão.

Foi uma reação e tanto, dada a frustração da semifinal. Contra Misato Nakamura, japonesa que tem dois títulos mundiais, Erika foi derrotada no segundo final, ao levar um wazari quando tinha vantagem na disputa.

Na disputa pelo bronze, visivelmente abatida, Erika teve dificuldade para impor seu judô contra uma adversária teoricamente mais fraca (veja os melhores momentos no vídeo acima). Sem conseguir levar Giuffrida ao solo, a brasileira só ficou à frente a 30 segundos do fim, quando a italiana levou uma punição. Ao contrário do que aconteceu na semifinal, porém, ela conseguiu segurar o placar até o fim, garantindo o lugar no pódio. 

É a terceira medalha seguida de Erika em Mundiais. Em 2013, no Rio de Janeiro, ela foi prata. Já no ano passado, na Rússia, ela também conseguiu o bronze. Embora tenha só 28 anos, a judoca é uma das mais experientes dos tatames brasileiros, dividindo espaço com jovens como Mayra Aguiar, Rafaela Silva e Sarah Menezes, todas campeãs antes dos 25. Por isso, é a "vovó" do judô nacional, na brincadeira de quem acompanha a modalidade. 

2º ano seguido com derrotas no fim
Os últimos segundos são um drama para Erika Miranda. No Mundial do ano passado, em Chelyabinsk, na Rússia, ela também sofreu perto do estouro do cronômetro. Na ocasião, ela estava na semifinal da competição contra a romena Andrea Chitu, e vencia até 38 segundos do fim da luta, quando sofreu um ippon. 

Neste ano, ela parecia pronta a evitar o problema. No Pan de Toronto, quando venceu o ouro, ela chegou a falar que estava combatendo bem a ansiedade, um de seus principais problemas em lutas contra rivais mais fortes.

Em Astana, de fato, ela vinha em uma boa sequência. Para chegar à semifinal ela venceu suas três lutas por ippon – bateu a armênia Zhanna Stankevich, a cazaque Lenarya Mingazova e Darya Skypnik, de Belarus, as duas últimas com uma técnica de estrangulamento. 

Chibana cai na estreia
Outro brasileiro a entrar no tatame nesta terça, Charles Chibana não foi bem. Hoje o 14º colocado no ranking mundial da categoria -66 kg, o judoca foi surpreendido pelo chinês Ma Duanbin, 26º, com um ippon por imobilização logo em sua primeira luta, o que o tirou de qualquer briga por medalha.

Derly é homenageado
O brasileiro João Derly, bicampeão mundial na categoria até 66 kg, foi homenageado pela (FIJ) Federação Internacional de Judô. O ex-judoca gaúcho, que está no Cazaquistão, foi apontado como embaixador do esporte pela entidade.