Versão feminina de Bolt tem só 1,52m e cabelo verde. E vence do mesmo jeito

Usain Bolt tem uma versão feminina. Shelly-Ann Fraser-Pryce também é jamaicana, bicampeã olímpica e, agora, tricampeã mundial. Mas coloque os dois lado a lado e você verá que as diferenças são grandes. E não é só o cabelo, em que as tranças verdes até a cintura de Shelly-Ann contrastam com a cabeça quase raspada de Bolt.

Com pouco mais de um metro e meio (1,52m), a corredora praticamente desaparece ao lado de Bolt, de quase dois metros de altura (1,92m). Quando alinha para a largada dos 100m, as coisas não são muito diferentes, com rivais superando, quase sempre, os 1,80m.

Como Bolt, porém, Fraser-Price não ligou muito se as rivais pareciam mais fortes na hora da largada. Nesta segunda-feira, a pequena corredora venceu os 100m livre do Mundial de Pequim com autoridade. Fez 10s76, à frente da holandesa Dafne Schieppers (10s81), de 1,79m, e da norte-americana Tori Bowie (10s86), de 1,80m.

Quando cruzou a linha de chegada, mais uma semelhança com Bolt: em sua última passada, ela já estava de braços abertos, comemorando seu terceiro título na prova. O resultado é inédito: nunca uma mulher tinha vencido a prova mais rápida do atletismo três vezes em Mundial. No masculino, três atletas tem o feito: Usain Bolt e os norte-americanos Carl Lewis e Maurice Greene.

Murer começa bem luta por medalha (e para superar trauma)

Em Pequim-2008, Fabiana Murer era uma das favoritas para sair do Ninho do Pássaro com uma medalha olímpica. Mas a organização perdeu uma de suas varas e a brasileira acabou fora do pódio. Sete anos depois, ela volta pela primeira vez para o estádio de seu maior trauma. E ela começou bem sua luta para superá-lo. Precisou de apenas uma tentativa para passar pelas eliminatórias do salto com vara do Mundial, com 4,55m. A final está marcada para quarta-feira, às 8h (de Brasília).

No salto com vara, Mundial é demais para recordista mundial

Renaud Lavillenie é recordista mundial do salto com vara, com 6,16m, e único participante da final em Pequim que já tinha passado dos 6 metros na prova mais técnica do atletismo. Só que Campeonato Mundial ainda é uma pedra no sapato do francês: mesmo sendo o número do mundo e atual campeão olímpico, ele nunca conseguiu vencer um Mundial. Em Pequim a história se repetiu: ele não conseguiu passar dos 5,90m (marca que já tinha passado outras quatro vezes na temporada) e ficou só com o bronze – dividido com mais dois atletas. O ouro foi para o canadense Shawn Barber. Só ele e o campeão mundial de 2013, Raphael Holdzeppe, passaram dos 5,90m, mas o ouro do Pan de Toronto conseguiu superar o sarrafo na primeira tentativa. O brasileiro Augusto Dutra, único do país na final, foi o nono colocado.

Colombiana não perde desde 2012

Aos 31 anos, a colombiana Caterine Ibarguen é a atleta mais dominante do atletismo mundial – pelo menos entre as mulheres. Ela não perder uma disputa desde os Jogos Olímpicos de Londres-2012, quando foi medalhista de prata no salto triplo. Desde então, são 29 provas com medalha de ouro seguidas. Incluindo o Mundial de Pequim: com 14,90m, ela não deu chance para suas rivais. A prata foi para Hanna Knyazyeva-Minenko, com 14,78m. Keila Costa participou da final, ficando em 12º, com 13,90m.

Finalista dos 400m é treinado por uma vovó

A igualdade de gênero ainda é uma luta no atletismo. É só olhar para os técnicos. Ainda é muito mais comum ver homens treinando atletas do que mulheres. O time brasileiro é um exemplo: dos 13 técnicos da delegação, só uma mulher, Vânia Valentino. Por isso, é interessante ver um atleta como o sul-africano Wayde van Niekerk na final dos 400m: ele é treinado por Anna Botha, uma namibiense de 74 anos, ex-atleta, que se tornou treinadora para preparar os filhos e já é avó.

.@WaydeDreamer through to the 400m final. Did you know that his coach is a 74 y/o grandmother? http://t.co/8V4VYMzPqi pic.twitter.com/

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

iziLJhaKUn

— SPIKES (@spikesmag) August 24, 2015

Sem recorde, Rosângela fica fora da final

Rosângela Santos tinha esperança de ir à final dos 100m. A semifinal mais rápida da história da prova em Campeonatos Mundiais, porém, foi demais para a brasileira. Todas as atletas que se classificaram para a decisão correram abaixo dos 11 segundos – com 10s98, a marfinense Murielle Ahoure foi a mais rápida semifinalista da história a não se classificar para a decisão no torneio. Como prova de como as três baterias foram rápidas, o recorde brasileiro é 11s01, de Ana Cláudia Lemos (que está machucada e não foi para Pequim). Rosângela marcou 11s07, próximo da melhor marca de sua carreira, 11s04.

Brasileiro fica em 27º, comemora e irrita comentaristas

Ainda na sessão da manhã do Mundial de Atletismo (fim da noite de domingo no Brasil), o brasileiro Higor Alves fechou o salto em distância em 27º lugar. Ao queimar seu terceiro salto, ele gritou, para a câmera, “valeu, Brasil!” Foi a senha para os comentaristas do SporTV, Claudio Murad e Arnaldo Oliveira começarem as críticas: “Um atleta não pode comemorar o 27º lugar”, disse um. “É preciso fazer uma preparação mental para que o atleta chegue ao Mundial para lutar por melhorar suas marcas, não apenas para competir”, completou o outro. Higor chegou a Pequim com 8,18m como sua melhor marca da carreira, mas saltou apenas 7,60m no Ninho do Pássaro.