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Pezão diz que Rio-2016 foi chance perdida para Guanabara: 'lamentável'

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, reconheceu nesta terça-feira (11) que a Olimpíada de 2016 foi uma oportunidade perdida para a limpeza da Baía de Guanabara. Segundo ele, o governo falhou em não ter estruturado com a devida antecedência um programa para despoluir o espaço. Por isso, a meta de tratar olímpica de tratar 80% do esgoto que chega à baía não será cumprida.

Para o governador, essa situação é “lamentável”. Segundo ele, faltaram recursos para a limpeza da baía. “Lamentável sempre é”, disse Pezão, sobre o descumprimento da meta de despoluição. “Mas a gente tinha que ter recursos. A Cedae [companhia de saneamento do Estado], infelizmente, foi uma empresa que a gente pegou quebrada, que dava prejuízo de R$ 30 milhões por mês.”

Pezão disse que, durante seu governo e de seu antecessor, Sergio Cabral, a condição financeira da Cedae mudou. Investimentos para tratamento de esgoto têm sido feitos. Contudo, não devem ter o resultado prometido pelo governo em 2009, quando o Rio de Janeiro ainda disputava o direito de sediar a Olimpíada de 2016.

Segundo o governo, hoje, só metade do esgoto que chega à Guanabara é tratado. Ele afirmou que, com a conclusão de algumas obras já em execução, esse percentual pode chegar a 65% até a Olimpíada –15 pontos abaixo do prometido ao COI (Comitê Olímpico Internacional)

Pezão, inclusive, reuniu-se com membros do comitê nesta manhã. A reunião fez parte da nona visita de inspeção da Comissão de Coordenação do COI para a Olimpíada de 2016. O governador disse que o encontro foi proveitoso. Disse também que o comitê olímpico sequer perguntou sobre a despoluição da baía.

A maior preocupação do COI, agora, é com o lixo flutuante na Guanabara. Resíduos boiando na área das competições olímpicas de vela poderiam bater em barcos esportivos e comprometer o resultado das regatas.

O secretário estadual da Casa Civil, Leonardo Espíndola, afirmou que o governo tem trabalhado para evitar esses problemas. Novas barreiras de lixo estão sendo instaladas em rios que desaguam na baía. Dez barcos também recolhem os resíduos flutuantes.

Os equipamentos são a aposta do governo para a realização do evento-teste de remo na Baía de Guanabara neste final de semana. A competição começa no sábado e avaliará pela última vez as condições de navegabilidade do local.

Teste de remo e suspeita de contaminação

O governador Pezão também comentou notícias sobre suspeitas de contaminação de atletas dos Estados Unidos que participaram do evento-teste de remo, realizado na Lagoa Rodrigo de Freitas, na semana passada. De acordo com a agência internacional Associated Press, remadores norte-americanos apresentaram problemas estomacais após competirem no Rio.

Pezão disse que não é possível culpar a qualidade da água da Lagoa. Segundo ele, os próprios atletas não têm certeza da causa do mal estar. Testes realizados durante o evento-teste ainda comprovaram que a água em que eles competiram estava apta para prática esportiva. “Eles não têm certeza de que houve problema de água. Já falam em alimentação”, afirmou.

O Comitê Rio-2016 informou que 14 atletas foram atendidos pelo serviço médico durante o evento-teste. Todos sentiram-se mal nos primeiros dias de treinamento na Lagoa. Foi constatado, porém, que eles tiveram problemas causados pela viagem ao Brasil, e não por causa do contato com água. Segundo o comitê, os atletas melhoraram e competiram normalmente dias depois.

Segundo o comitê, atletas australianas chegaram a mergulhar na Lagoa após serem premiadas. Elas passam bem.
 

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