Vídeos

Mundial aquático também tem continência no pódio. Mas não dos brasileiros

Reuters
Chinês Ning Zetao presta continência após levar medalha de ouro nos 100m nado livre no Mundial de Natação em Kazan imagem: Reuters

Guilherme Costa

Do UOL, em Kazan (Rússia)

Tema responsável por uma das maiores polêmicas dos Jogos Pan-Americanos de 2015, disputados em Toronto, a continência voltou ao pódio no Mundial de esportes aquáticos de Kazan nesta quinta-feira (06), dia em que dois brasileiros conquistaram medalha (Etiene Medeiros e Thiago Pereira, ambas de prata). Entretanto, não foi nenhum deles o responsável pelo gesto militar. A saudação partiu de Ning Zetao, 22, chinês que venceu os 100m livre com tempo de  47s84.

Zitao foi o primeiro chinês na história a conquistar uma medalha de ouro na prova em campeonatos mundiais. No pódio, enquanto o hino de seu país tocava, bateu continência virado para a bandeira. “Fiz isso porque eu sou da Marinha e quis mostrar respeito pelo meu país”, contou o atleta em entrevista coletiva.

Depois do feito, um jornalista chegou a perguntar a Zetao se ele esperava uma promoção na hierarquia militar. “Acho que não vai acontecer tão cedo. Sou apenas um soldado”, respondeu o nadador.

A trajetória militar, aliás, é uma tradição familiar para Zetao. O pai dele era membro da Força Aérea da China, e a mãe era policial. Ele é o único asiático da história a nadar os 100m livre abaixo dos 48 segundos (fez 47s65 em 2014, numa competição nacional).

O Brasil já obteve três medalhas no Mundial de esportes aquáticos de Kazan: todas de prata, com Etiene Medeiros (50m costas), Nicholas Santos (50m borboleta) e Thiago Pereira (200m medley). Nenhum deles bateu continência no pódio, apesar de os dois primeiros serem militares.

Nos Jogos Pan-Americanos, essa foi uma questão extremamente discutida a cada vitória brasileira. Atletas nacionais optaram por bater continência no pódio, e o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) chegou a emitir nota oficial explicando que era apenas um gesto patriótico – manifestações políticas são proibidas pelo COI (Comitê Olímpico Internacional).

Topo