'É como ser dois prefeitos', diz Paes sobre preparação para a Rio-16

Júlia Dias Carneiro
Da BBC Brasil, no Rio de Janeiro
REUTERS/Ricardo Moraes

'Estamos falando da maioria das empresas do país', diz Paes sobre as empreiteiras citadas na Lava Jato

Faltando um ano para os Jogos de 2016, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, se diz "otimista" de que as investigações da Lava Jato não comprometerão o andamento das obras olímpicas, mas admite que há coisas que estão fora de suas mãos.

"Acho que é um risco para o país. Estamos falando da maioria das empresas do país que estão envolvidas (na investigação)", afirmou em entrevista em inglês à BBC News.

"Acho que temos que separar as pessoas que fizeram (atos de corrupção) das companhias. Pelo menos é o que eu espero", diz ele, afirmando considerar as investigações algo positivo para o país.

Embora empreiteiras investigadas pelo escândalo estejam à frente de grandes obras para os Jogos - como Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão - ele procura separar as construções olímpicas. "Aqui não tem Lava Jato. Lava Jato é no nível federal. Eles têm que responder por si."

Paes afirma que as obras da prefeitura estão no prazo, minimiza a preocupação com as obras estaduais do metrô. "Não estamos construindo o metrô para as Olimpíadas" - e acredita que a meta de tratar 80% do esgoto que vai para a Baía de Guanabara acabe ficando em apenas em 60% até 2016. "Os Jogos eram uma boa desculpa, mas foram uma oportunidade perdida neste caso", diz.

Paes levou a reportagem da BBC News para uma visita guiada pelo Parque Olímpico e diz que costuma visitar o local todo domingo para acompanhar o progresso das instalações. "Não é fácil fazer as Olimpíadas. É como ser dois prefeitos", compara.