RJ retoma limpeza da Baía de Guanabara 45 dias antes de teste olímpico

Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro
Fernando Maia/UOL
Ecobarcos voltam a circular na baía no próximo dia 1º após quatro meses parados

O governo do Rio de Janeiro vai, enfim, retomar a limpeza da Baía de Guanabara. Na próxima quarta-feira –45 dias antes do último evento-teste de vela para a Olimpíada-- voltarão a circular no local das competições olímpicas dez barcos adaptados para a coleta de lixo flutuante.

O trabalho dos chamados ecobarcos havia sido suspenso há quatro meses. Alegando falta de pagamento, duas empresas responsáveis pelos serviços de limpeza da baía deixaram de fazer a coleta de resíduos na Guanabara, despertando um alerta na organização da Rio-2016.

A sujeira na baía é preocupação constante do COI (Comitê Olímpico Internacional) segundo o próprio presidente do órgão, Thomas Bach. Velejadores brasileiros e estrangeiros já afirmaram que a presença de lixo das raias das regatas pode afetar o resultado das competições da Rio-2016.

O governo do Rio de Janeiro sabe disso. Por isso, de março a junho, ele pôs em dia os pagamentos atrasados com as empresas operadoras do ecobarcos visando à retomada da limpeza da Guanabara.

Neste período, a SEA (Secretaria Estadual do Ambiente) também reformulou o esquema de coleta de resíduos flutuantes. Em março, quando as empresas pararam de trabalhar por falta de pagamento, a própria secretaria declarou que a limpeza da Guanabara, da forma que estava sendo realizada, era ineficiente: “para inglês vez”, informou o órgão.

Agora, segundo a SEA, os ecobarcos navegarão com caçambas de lixo acopladas a eles para aumentar a capacidade de transporte de lixo. Passarão a trabalhar também nos finais de semana e, além disso, terão sua circulação orientada por uma sistema de gerenciamento, que está em fase de contratação.

Ressalta-se que, quando o Rio candidatou-se a sede dos Jogos de 2016, o governo do Estado prometeu tratar até 80% do esgoto que é despejado na Baía de Guanabara. A meta já foi descartada pelo governador Luiz Fernando Pezão.