! STJD ouve ginastas por caso de racismo e caso depende agora da procuradoria - 26/05/2015 - UOL Olimpíadas

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Atualizada em 19.11.2015 21h19

STJD ouve ginastas por caso de racismo e caso depende agora da procuradoria

Guilherme Costa*

Do UOL, no Rio de Janeiro

Os ginastas Arthur Nory, Felipe Arakawa e Henrique Flores, envolvidos no caso de racismo contra Angelo Assumpção foram ouvidos nesta terça-feira (26), na sede do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro. Agora um relatório será encaminhado para a procuradoria, que decidirá o que acontecerá com os atletas.

"O encontro foi bom e positivo. Na verdade, a prova de vídeo fala por si só. Esse inquérito tem mais uma finalidade de encaminhar a investigação e o fato para saber realmente se houve uma injúria racial, algum tipo de preconceito ou se o limite ficou em uma brincadeira infeliz e de mau gosto", explicou o auditor Felipe Beviláqua após escutar todos os atletas.

"É um processo sigiloso. Vou fazer um relatório que vai ser entregue para a procuradoria. A procuradoria é que vai encaminhar algum tipo de denúncia e delimitar a dosimetria da pena", completou.

Durante os depoimentos da tarde desta terça cada atleta foi ouvido individualmente e deu a sua versão do episódio de piadas racistas feitas contra Angelo Assumpção durante período de treino da seleção brasileira em Portugal.

O advogado dos ginastas acusados, Marcel Camilo, ficou satisfeito com a audiência. “A gente está satisfeito com os depoimentos. Foram desmistificadas as más impressões, foi uma brincadeira de muito mau gosto. O caso não excede uma brincadeira”, disse ao UOL Esporte.

A audiência começou às 15h e terminou por volta das 18h. Todos os ginastas saíram do local sem falar com a imprensa. Já do lado de fora da sede do STJD, Angelo Assumpção deu uma abraço individual em cada um dos acusados.

“O fato de o Angelo ter dado o abraço fraternal demonstra o carinho entre eles. E demonstra a grande família que a seleção é, onde não existe intolerância. Isso tem que se ponderar. A gente tem um fator muito mais educacional do que punitivo nessa questão. Acho que a maior questão é a educação. Mas eu não questiono qualquer tipo de pena. Os atletas estão magoados, mas seguros de que foi uma brincadeira infeliz”, ressaltou o advogado de defesa.

Próximo passo

Felipe Beviláqua encaminhará o relatório da audiência até quinta (28) e então a procuradoria decidirá se o caso seguirá no Superior Tribunal de Justiça Desportiva ou se seguirá para a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG). "O fato de ter acontecido numa sessão de treino pode delimitar a competência do STJD ou pode ser de uma aplicação direta de penalidade da CBG. Isso vai constar como opinião minha no relatório, mas quem vai definir é a procuradoria", disse o auditor.

Mesmo sem a decisão final sobre o caso da promotoria, os três atletas continuam suspensos por 30 dias pela Confederação Brasileira de Ginástica. Além da suspensão, eles também perderam por esse prazo o recebimento de incentivos financeiros e o Bolsa-Atleta.

Colaboraram Fábio Aleixo e Karla Torralba, do UOL, em São Paulo

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