! Ginastas têm dia decisivo após piadas racistas. Defesa alegará brincadeira - 26/05/2015 - UOL Olimpíadas

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Ginastas têm dia decisivo após piadas racistas. Defesa alegará brincadeira

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

Os ginastas da seleção brasileira Arthur Nory, Felipe Arakawa e Henrique Flores viverão uma terça-feira decisiva no caso das piadas racistas feitas contra o companheiro Angelo Assumpção há pouco mais de uma semana durante período de treinos em Portugal. A partir das 15h, eles participarão de uma audiência no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio de Janeiro, que pode levar à instauração de um processo disciplinar ou ao arquivamento do caso.

E para fazer com que a suspensão preventiva de 30 dias e a interrupção do pagamento de benefícios já impostas pela Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) seja a pena máxima, Nory, Arakawa e Flores alegarão que se tratou de uma brincadeira e de que não há nenhuma intolerância racial que prejudique o trabalho da equipe nacional. Eles serão interrogados por Felipe Bevilácqua de Souza, auditor do Tribunal, e responsável pela investigação do ocorrido.

“Foi uma brincadeira, é verdade que de mau gosto, mas que acaba sendo natural dentro do mundo esportivo. Não existe intolerância. O que existe é uniformidade e uma grande amizade. Eles não estavam em competição, nem treinamento. Estavam em um momento de lazer. O sentimento dos meninos é de muita tristeza pela repercussão toda que teve o caso. Nunca foi esta a intenção”, disse ao UOL Esporte Marcel Camilo, advogado do escritório contratado pelos atletas para atuar no caso.

“Neste interrogatório, vamos procurar esclarecer os fatos, tirar as dúvidas que existam e desmistificar o que está sendo falado e veiculado. Acreditamos que este caso terá um ponto final. O bom senso vai imperar. Os atletas já foram punidos. E mais importante que uma punição nesta caso é a orientação. Não apenas uma campanha educativa dentro da seleção, mas para toda a sociedade”, completou Camilo. Ele não estará na audiência. A missão de orientar os atletas caberá ao advogado Érico Mesquita.

Responsável pelo interrogatório, Felipe Bevilácqua afirmou que a abertura do inquérito foi feita para apurar uma possível infração e que além de analisar os vídeos postados com as ofensas e os pedidos de desculpa, também está se baseando no relatório feito pelo supervisor Leonardo Finco e reportagens publicadas.

“As provas são bem contundentes. E em cima disso será o interrogatório para se decidir se há uma denúncia ou não. Vamos debater tudo com os atletas para que nenhuma atitude precipitada seja tomada”, disse Bevilácqua à reportagem.

A audiência não será aberta aos jornalistas e será feita uma blindagem para que os envolvidos não tenham contato com a imprensa.

“Queremos que as pessoas fiquem mais à vontade, e existe uma confidencialidade. Queremos reservar o julgamento, as provas e os envolvidos”, disse o auditor.

 

 

 

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