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Parque aquático do Maracanã a um passo de deixar a Olimpíada por atraso

Júlio César Guimarães/UOL
Parque Aquático Julio Delamare está fechado desde 2013 a espera de obras imagem: Júlio César Guimarães/UOL

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

O Parque Aquático Julio Delamare não deve mais receber competições de polo aquático na Olimpíada de 2016. O espaço, anexo ao estádio do Maracanã, está fechado desde abril de 2013 à espera de uma reforma. Como nada foi feito até agora, o Comitê Organizador Rio-2016 já discute com o governo a possibilidade de transferir os jogos de polo para outras piscinas do Rio de Janeiro.

Oficialmente, o governo informa que a transferência está em pauta por questões logísticas da Olimpíada. No Julio Delamare, o polo seria a única modalidade aquática disputada fora do Parque Olímpico da Barra da Tijuca, o maior centro esportivo da Rio-2016. Nos bastidores, porém, pessoas envolvidas nas conversas sobre a mudança admitem que a negociação é motivada pela demora para o início da reforma do parque aquático do Maracanã.

O Julio Delamare foi inaugurado em 1978 e, na época, tornou-se o principal centro público de esportes aquáticos do Rio. Para os jogos Pan-Americanos de 2007, o governo do Rio de Janeiro realizou uma reforma de R$ 10 milhões no local para que ele pudesse sediar justamente as competições de polo.

Cinco anos depois, entretanto, o governo anunciou um plano de demolição do Julio Delamare. A derrubada do centro aquático foi incluída no projeto de privatização da administração do Maracanã. A ideia era que a área fosse usada pela concessionária do estádio para construção de lojas e um museu.

Já levando em conta o projeto de demolição, em abril de 2013, o governo desativou o Julio Delamare. Na época, a reforma do Maracanã para a Copa entrava na sua fase final. O Estado, então, fechou as portas do parque aquático e pôs abaixo parte da estrutura do espaço –à revelia da comunidade esportiva carioca.

O fechamento e o início da demolição causaram uma série de protestos. Pressionado, o então governador Sergio Cabral foi a público anunciar que a derrubada do espaço era um erro. Mudou o projeto de privatização do Maracanã e determinou que o Julio Delamare fosse reformado o quanto antes.

Em agosto de 2013, a Seel (Secretaria Estadual de Esporte e Lazer) anunciou que realizaria a reforma do Julio Delamare. O então secretário André Lazaroni afirmou que ela custaria R$ 1 milhão e levaria seis meses.

Em novembro, o presidente do Comitê Rio-2016 anunciou que o Julio Delamare seria local de competição na Olimpíada. De lá para cá, entretanto, nada do que deveria ser feito para preparar o espaço foi realizado.

Após o governo anunciar que faria e pagaria a obra do Julio Delamare, ele repassou a responsabilidade do projeto para a Maracanã SA. Em crise, a empresa pediu um reequilíbrio do contrato de concessão do Maracanã. A questão está em avaliação desde o início do ano no governo. Sem decisão, ela não iniciou a obra.

O secretário estadual da Casa Civil, Leonardo Espíndola, já declarou que espera que o reequilíbrio contratual do contrato de concessão do Maracanã seja concluído até o final deste mês. Até lá, porém, o Julio Delamare já deve ter perdido o status de instalação olímpica. Espera-se para o final desta semana o anúncio oficial da mudança das competição de polo para o Parque Olímpico.

A maior estrutura esportiva em construção para a Olimpíada terá dois centros aquáticos em 2016: o Maria Lenk (construído para o Pan-2007) e o Centro Olímpico de Esportes Aquáticos (em obras desde abril de 2014).

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