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Atletismo do Brasil já supera Londres-2012. Pelo menos no número de vagas

Agência Luz/BM&FBOVESPA
Fabiana Murer vence o Troféu Brasil, em São Bernardo, com índice para o Rio-216 imagem: Agência Luz/BM&FBOVESPA

Bruno Doro

Do UOL, em São Paulo

Londres-2012 não foi exatamente a melhor das Olimpíadas para o atletismo brasileiro. A modalidade que já foi o carro-chefe do esporte amarelo voltou sem nenhuma medalha, pela primeira vez em 20 anos. Hoje, pouco menos de três anos depois, em pelo menos um ponto o Brasil já superou seu desempenho em pistas londrinas: neste fim fim de semana, a modalidade já garantiu a classificação de pelo menos 37 atletas para as Olimpíadas do Rio de Janeiro. Uma vaga a mais do que no ciclo olímpico passado, quando o país foi representado por 36 atletas.

Pode parecer pouco, mas é um número expressivo ao levar em conta dois pontos. Primeiro, ainda temos mais de um ano para os Jogos do Rio, em agosto de 2016 - isso quer dizer que muita gente ainda vai se classificar. Depois, a temporada de obtenção de índices mal começou: tirando as provas de rua (maratona e marcha-atlética), em que valem tempos obtidos desde janeiro, e dos revezamentos, que já teve um Mundial classificatório, a temporada de índices mal começou. O primeiro dia para isso foi 1º de maio.

Por aqui, o evento que abriu a "temporada olímpica" terminou neste fim de semana, em São Bernardo do Campo, na grande São Paulo. Durante o Troféu Brasil, 12 atletas atingiram as marcas exigidas pela Iaaf (federação internacional da modalidade). A veterana Keila Costa foi uma delas. Especialista no salto triplo, ela foi a primeira atleta do salto em distância a conseguir os 6,70m exigidos para ir aos Jogos. “Quando sai esse índice, é um peso enorme que sai das costas. É uma carga muito grande. Parece que estava carregando uma Keila inteira. E agora vou ter mais tranquilidade para me preparar”, disse a pernambucana.

Ela não foi a única. Fabiana Murer, campeã mundial indoor do salto com vara, fez o mesmo. Ela venceu sua prova em São Bernardo com 4,65m – 15cm a mais que o exigido pela Iaaf. “Foi a minha primeira competição ao ar livre da temporada e fiquei feliz com o índice, embora esperasse saltar mais alto”, falou a atleta – em sua última tentativa na prova, Fabiana tentou ultrapassar os 4,75m, marca que seria a melhor do ano.

Além das duas, também fizeram índices no evento Ana Cláudia Lemos (200m), Vitória Cristina Rosa (200m), Aldemir Gomes da Silva Junior (200m), Bruno Lins (200m), Geisa Coutinho (400m), Eder Souza (110 m com barreiras), Andressa Oliveira (lançamento do disco) e Hederson Estefani (400 m com barreiras). O Brasil já tinha classificado as equipes de revezamento 4x100m e 4x400m no masculino e no feminino, além de contar com nove atletas com índice nas provas de rua.

Na maratona, já são seis com tempo necessário para correr no Rio-2016: Marilson Gomes dos Santos, Solonei Rocha da Silva e Gilberto Silvestre Lopes no masculino e Adriana Aparecida da Silva, Marily dos Santos e Sueli Pereira Silva no feminino. Os outros três são da marcha atlética: Mario José dos Santos Júnior (50km), Caio Oliveira de Sena Bonfim (20km) e Erica Rocha de Sena (20km).

Revezamentos garantem 24 vagas. Em teoria

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Ana Cláudia Lemos (centro) e Vitória Cristina Rosa: as duas conseguiram o índice nos 200m imagem: Agência Luz/BM&FBOVESPA

A maioria das 37 vagas do atletismo brasileiro foi obtida graças à classificação das quatro esquipes do país nos revezamentos. Em cada prova, seis atletas podem ser chamados. Nas provas do 4x100, os convocados sairão dos melhores do país nas provas mais rápidas do atletismo, os 100m e 200m rasos – por isso, os quatro velocistas que fizeram o índice no Troféu Brasil (Ana Cláudia, Vitória Cristina, Bruno Lins e Aldemir Júnior) não entram na conta do total de vagas.

O mesmo vale para Hederson Estefani, que, apesar de ter conseguido o índice nos 400m com barreira, está se dedicando aos 400m – e faz parte do time brasileiro do revezamento 4x400m. “Eu entrei na barreira para me divertir. Estou treinando, mesmo, para os 400m. Não sei de onde saiu esse índice”, comemorou.

Apesar das vagas estarem asseguradas, nenhum atleta tem a classificação nominal para os Jogos. O Brasil pode inscrever três atletas em cada prova. Os escolhidos serão os donos das melhores marcas dentro da janela de índices, que começou no dia 1o de maio e vai até 11 de julho de 2016.

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