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Brasil recebe credencial para controle de doping. Exames começam com elite

Gabriel Heusi/Portal Brasil 2016
Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem fica no campus da UFRJ, no Rio imagem: Gabriel Heusi/Portal Brasil 2016

Do UOL, no Rio de Janeiro e em Brasília

O Brasil já tem um laboratório de controle de doping preparado para a Olimpíada de 2016. O LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem), antigo Ladetec, acaba de ser recredenciado pela Wada (Agência Mundial Antidopagem) e poderá ser usado nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio-2016.

O recredenciamento do LBCD foi anunciado nesta quarta-feira (13), durante reunião do Comitê Executivo da Wada, em Montreal, Canadá. O ministro do Esporte, George Hilton, acompanhou pessoalmente o encontro tamanha era a expectativa sobre a situação do laboratório, que fica no Rio. “A recuperação da acreditação é faz parte da preparação do nosso país para os Jogos-2016. O sistema antidoping será um dos principais legados, mas ainda faltam alguns passos complementares para manter o nível de excelência na garantia de jogo limpo no esporte. Nós vamos lutar para implementá-los o mais brevemente possível. Estes pontos são a criação de um tribunal de apelação e o empoderamento da ABCD como única responsável pelo controle de dopagem no Brasil”, avaliou o ministro George Hilton. “São questões que a WADA nos apresentou como essenciais e vamos caminhar nesta direção.”

O ministério estima que em junho o LBCD esteja trabalhando a todo vapor. E os primeiros atletas a terem suas amostras de urina e de sangue examinadas no laboratório devem ser os da elite do desporto olímpico nacional. De acordo com Marco Aurélio Klein, presidente da ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem), uma lista com 158 nomes será publicada e estes competidores serão submetidos às análises em competição e fora de competição. "Os atletas escolhidos são os contemplados pelo Bolsa Pódio do Ministério do Esporte e também indicações das respectivas federações internacionais", disse Klein ao UOL Esporte.

O Bolsa Pódio é um programa do governo federal, aos moldes do Bolsa Atleta, que beneficia com até R$ 15 mil mensais os atletas brasileiros que estão nas melhores colocações no ranking mundial na temporada. Ou seja, aqueles que têm potencial para chegar ao pódio nos Jogos do Rio-2016. 

A existência de um instituto apto a fazer testes confiáveis de dopagem era uma das exigências do COI (Comitê Olímpico Internacional) para que o Rio pudesse sediar a Olimpíada. Desde agosto de 2013, quando o Ladetec perdeu sua acreditação da Wada, o país não tinha um laboratório para exames de doping com o devido reconhecimento internacional.

Com LBCD recredenciado, uma nova política antidoping também deve ter início no país. Só o laboratório, deve realizar 2.500 exames de dopagem em 2015, um número bem superior aos 857 realizados no Brasil em 2013 em todas as modalidades, à exceção do futebol.

Além disso, o LBCD deverá ser utilizado durante os eventos-teste para os Jogos Rio 2016. A primeira competição será em julho, com o vôlei, e tanto a WADA quanto o Brasil afirmaram ser crucial que todos os processos estejam em conformidade até lá para que os testes possam ser feitos ao longo das competições. No total, o Rio de Janeiro receberá 44 eventos-teste até o ano que vem.

Investimento

O Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem, localizado no Polo de Química da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), está em funcionamento desde agosto de 2014 para as análises exigidas durante o processo de reacreditação. Antes disso, passou por uma grande reforma.

O novo prédio do LBCD custou R$ 134 milhões, sendo R$ 106 milhões oriundos do Ministério do Esporte e R$ 28 milhões, do Ministério da Educação. O Ministério da Educação ainda destinou outros R$ 54 milhões para a compra de materiais e equipamentos para o laboratório.

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