Sarah Menezes vence após nove meses. Dupla medalhista se complica no judô
Do UOL, em São PauloTerminou o jejum de medalhas da campeã olímpica Sarah Menezes. Após nove meses e 14 dias sem subir ao pódio, a piauiense liderou uma excelente participação do Brasil no Campeonato Pan-Americano de Edmonton. Foi campeã em sua categoria, com direito a vitória sobre a atual vice-campeã mundial Paula Pareto, da Argentina. O time brasileiro somou ainda outras 14 medalhas, incluindo sete ouros.
Mas, se o torneio foi bom para Sarah e para o Brasil, deixou outros dois medalhistas olímpicos do país em xeque. Leandro Guilheiro e Ketleyn Quadros estão entre os nomes mais importantes da história do judô por aqui, mas viram os resultados do Canadá complicarem seu futuro. Ambos buscam a indicação nacional para os Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho, e para as Olimpíadas do Rio de Janeiro. O problema é que seus rivais diretos pela indicação brilharam em Edmonton.
Penalber abre mais vantagem sobre Guilheiro
Guilheiro nem mesmo foi para o Canadá. Dono de duas medalhas de bronze em Olimpíadas, ele passou dois anos afastados dos tatames, se recuperando de uma cirurgia complicada no joelho. Desde 2012, disputou apenas seis torneios. Enquanto isso, seu rival nos 81kg, Victor Penalber, aproveitou. No período, liderou o ranking mundial, ganhou um mundial militar e subiu ao pódio em seis eventos do circuito mundial (ganhando três deles).
Na sexta-feira, conquistou o tricampeonato continental. Desde que subiu aos 81kg, junto com Guilheiro, em 2012, Penalber nunca perdeu no torneio. Esse histórico, somado ao momento de recuperação de Guilheiro, faz com que o carioca seja a escolha óbvia para os Jogos Pan-Americanos, em julho. E tenha a chance de abrir ainda mais vantagem na batalha direta pela vaga. No ranking mundial, por exemplo, Victor é o terceiro colocado. Guilheiro, apenas o 83º, com mais de 1500 pontos de vantagem (1714 contra apenas 162).
Ketleyn segue sem resultados em nova categoria
Já Ketleyn Quadros, primeira brasileira medalhista olímpica do judô, fez apenas sua quarta competição em sua nova categoria, meio-médio (63kg). Ela trocou os 57kg, em que foi bronze em Pequim-2008, no ano passado, após ser superada por seis anos seguidos pela campeão mundial de 2013 Rafaela Silva. Mais pesada, ela segue sem conseguir superar sua rival, agora Mariana Silva. Enquanto Ketleyn foi eliminada em sua estreia pela colombiana Diana Velasco, Mariana foi vice-campeã continental.
Já tinha sido assim nas Copas do Mundo de Montevidéu e Buenos Aires. Ketleyn conquistou o bronze em ambas. Mas Mariana voltou do torneio com dois ouros. A prata no Canadá só reforça que a medalhista de bronze de 2008 é a azarona na disputa – e ainda está distante de uma chance real de ir aos Jogos Olímpicos.
Surpresas em outras categorias
Completando os resultados do Pan, dois resultados surpreenderam. Na final dos pesados (+100kg), o líder do ranking mundial, Rafael Silva, chegou à final, mas foi superado por outro brasileiro, David Moura. Já nos meio-leves, Charles Chibana, que já liderou o ranking mundial da categoria, foi eliminado em sua estreia, pelo cubano Carlos Tondique, que acabou com a medalha de bronze em Edmonton.
Os demais brasileiros foram bem. A final masculina dos ligeiros (60kg) teve dois judocas do país, com vitória do medalhista olímpico Felipe Kitadai sobre Eric Takabatake. No meio-leve feminino (52kg), Erika Miranda foi campeã. Nos leves, Alex Pombo (71kg) levou o ouro no masculino e Rafaela Silva foi superada na final pela norte-americana Marti Malloy, medalhista olímpica. Nos médios, Tiago Camilo (90kg) venceu entre os homens e Maria Portela (70kg) acabou com o bronze no feminino. Nos meio-pesados, Luciano Correa foi vice-campeão e a campeã mundial Mayra Aguiar mostrou boa forma ao derrotar, mais uma vez, a campeã olímpica Kayla Harrison. Nos pesados feminino, Rochele Nunes foi vice-campeã, superada apenas pela cubana Idalys Ortiz, atual campeã olímpica e mundial.