Hotel de Eike seria aberto na Copa. Não servirá nem para Rio-2016
Um enorme canteiro de obras abandonado chama a atenção de quem passa pela Glória, na zona sul do Rio de Janeiro. Trata-se do Hotel Glória, cuja reforma e reabertura tornou-se mais um projeto mal sucedido do ex-bilionário Eike Batista.
Prometida para a Copa do Mundo, a reconstrução do hotel chegou a receber um financiamento de R$ 200 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A obra, porém, foi paralisada ainda em 2013. Ninguém acredita mais que ela estará concluída antes da Olimpíada de 2016.
Inaugurado em 1922, o Hotel Glória foi comprado pelo REX, uma das empresas do Grupo X, em 2008. Em 2009, o estabelecimento foi fechado para transformar num “super hotel”, de acordo com o próprio Eike Batista. Hoje, contudo, é alvo de pichações e, mais recentemente, virou foco de preocupação quanto a invasões.
Isso porque, no início do mês, famílias sem-teto ocuparam um outro edifício administrado por Eike Batista no Flamengo, bairro vizinho à Glória. O edifício Hilton Santos pertence ao clube do Flamengo, mas foi arrendado à REX para que também fosse transformado num hotel. A obra nunca foi iniciada e o prédio passou a ser reivindicado por movimentos pró-moradia (veja abaixo fotos da ocupação, desmantelada após ação determinação judicial).
Depois da ocupação no Flamengo, o Hotel Glória recebeu uma demão de tinta branca sobre algumas pichações. Não há, entretanto, qualquer sinal de que sua reforma será retomada.
O UOL Esporte procurou a Grupo X há dez dias em busca de informações sobre o hotel Glória. Ninguém da empresa foi encontrado.
A reportagem também entrou em contato com o grupo suíço Acron, que no início de 2014, chegou a anunciar a compra o Hotel Glória por R$ 225 milhões. O grupo também não se pronunciou. Sabe-se só que o negócio com o entre o Grupo X e a Acron não prosperou. No final de 2014, Eike anunciou a retomada do controle do Hotel Glória.
O BNDES informou que a REX ainda tem um contrato de financiamento com o banco para a reforma do espaço. O acordo foi firmado em 2010. Desde então, R$ 50 milhões foram liberados ao empresário para a obra. Esse valor já foi pago.
Baseadas nas informações sobre o financiamento, estima-se que a reconstrução do hotel tenha sido 25% concluída. Não há informação no BNDES de que ela será retomada.