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Zanetti não deve gastar as armas em 2015. Vai deixar tudo para 2016

RicardoBufolin/CBG/Divulgação

Bruno Doro

Do UOL, em São Paulo

Quando a prova de argolas do Campeonato Mundial de ginástica da China terminou, o campeão olímpico Arthur Zanetti sabia que precisaria mudar para recuperar o primeiro lugar. A derrota para o chinês Yand Liu, a primeira desde os Jogos de Londres, em 2012, não tinha sido por erro ou falta de preparação do brasileiro. A análise era fria: com nota de partida mais alta, o chinês nem precisava ser perfeito para vencer.

Sabendo disso, o ginasta e seu técnico, Marcos Goto, já começaram a planejar como deixar ainda mais difícil a série do ginasta. Quem acompanhou o desempenho de Zanetti na etapa da Copa do Mundo de Cottbus, na Alemanha, durante o fim de semana, porém, não viu evolução. “Ainda está no começo. Acabamos de voltar a treinar. A série é a mesma do ano passado. As mudanças ficarão para mais tarde”, explica o atleta ao UOL Esporte.

A mais esperada das alterações é a introdução à rotina do movimento que o campeão olímpico criou – e que leva seu nome no código de pontuação da Federação Internacional. O Zanetti é um movimento de força extrema, em que o atleta precisa manter o corpo reto, paralelo ao solo, em dois momentos, abaixo e acima do nível das argolas. Ao ser usado, o ginasta "gasta" boa parte da energia que tem para usar na série. Anteriormente, existiam pausas para respiração no meio das rotinas. Com novas regras, esses descansos representam descontos. Sem essa pausa, ele terá de melhorar seu preparo. Algo que ainda não está disponível.

“Estamos pensando nas mudanças na série e já planejando isso. Mas ainda não colocamos isso na série. É um processo complexo e pode esperar”, avisa Marcos Goto. Esperar até os Jogos Olímpicos de 2016? “Pode acontecer. Depende de como será o Mundial desse ano, que é Pré-Olímpico. Mas é possível que a nova série só entre no ano que vem. Ele pode testar em uma ou duas competições antes dos Jogos e estar perfeito para executar qualquer movimento nas Olimpíadas”, completa o treinador.

O objetivo é que a nova série tenha uma nota de dificuldade de 7 pontos – como a Liu. Atualmente, Zanetti parte de 6,8 pontos. “Acho que o teto das argolas é 7,1 de dificuldade. O problema é que, se você chega a ele, a execução perde muito”, diz Goto. Com 500 dias até os Jogos, ninguém duvida que o campeão olímpico possa fazer essa mudança.

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